Com recorde de saques, poupança tem resultado negativo de R$ 3,52 bilhões em março, diz BC
Este é o terceiro resultado negativo consecutivo depois de uma sequência de números positivos após o início da pandemia de Covid-19
Os saques em caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 3,52 bilhões em março, segundo relatório divulgado pelo BC (Banco Central) nesta quarta-feira (7).
Este é o terceiro resultado negativo consecutivo depois de uma sequência de números positivos após o início da pandemia de Covid-19.
Em março, os brasileiros sacaram da poupança o maior volume da série iniciada em janeiro de 1995, com R$ 321,1 bilhões.
Embora a captação líquida (diferença entre entradas e saídas) tenha sido negativa, os depósitos também tiveram patamar elevado, no segundo maior montante da história, com R$ 317,6 bilhões.
O recorde de entradas foi alcançado em dezembro do ano passado, com R$ 339,8 bilhões. Naquele mês, os saques somaram R$ 319,2 bilhões e a captação líquida ficou positiva em R$ 20,6 bilhões.
Após a chegada do vírus ao país, em março do ano passado, a caderneta registrou valores elevados em captação líquida nos meses seguintes, em comparação ao restante da série.
Auxílio emergencial
O auxílio emergencial, pago por meio de conta-poupança digital da Caixa Econômica Federal, ajudou a explicar o movimento de alta na captação ao longo de 2020. A primeira rodada do benefício terminou em dezembro e a segunda começou a ser paga nesta terça-feira (6).
Em fevereiro, a captação líquida foi negativa em R$ 5,8 bilhões e em janeiro, em R$ 18,1 bilhões, pior valor da série.
O saldo, que é todo o montante investido na modalidade, mesmo com captação negativa, permaneceu superior a R$ 1 trilhão no mês. O estoque alcançou a marca pela primeira vez na história em setembro.
No ápice da crise, em abril, a captação da poupança bateu recorde, com R$ 30,4 bilhões. O resultado foi superado em maio, com R$ 37,2 bilhões, o maior da série histórica até agora.
A poupança rende a TR (Taxa Referencial), hoje zerada, mais 70% da Selic, que está em 2,75% ao ano.
A regra prevê que, quando a taxa básica de juros estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será 0,50% ao mês, mais a TR. Caso a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é remunerado a 70% da Selic, acrescida da TR.