Economia

Preço da Cesta Básica cai 1,78% no Recife, puxada por tomate e arroz, diz Dieese

Agora, para comprar os itens que compõem a Cesta, o consumidor precisa desembolsar R$ 461,28, o que representa 45,33% do salário mínimo

Entrega de cesta básica - Lara Valença/Divulgação

Na contramão do que o consumidor observa no dia a dia, nas prateleiras do supermercado, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) constatou que, no último mês de março, a cesta básica teve uma redução no valor de 1,78% ou R$ 8,38. Tomate e arroz puxaram o preço para baixo. Agora, para comprar os 12 itens que compõem a cesta, o consumidor precisa desembolsar R$ 461,28, o que representa 45,33% do salário mínimo (R$ 1.100).

Desde o início do ano, ainda segundo o Dieese, a Cesta Básica no Recife obteve uma queda de 1,72%. Quando observada a variação em 1 ano, o Recife é a segunda capital do Brasil com menor aumento, 6,47% - atrás apenas de Fortaleza (8,83%). 

Segundo o Departamento, a queda no preço da cesta foi puxada pelo tomate (-10,11%), arroz (-6,32%), leite integral (-5,69%), óleo de soja (-4,53%), farinha de mandioca (-3,34%), pão francês (-1,27%), açúcar (-0,96%) e café (-0,71%). 
 

Ainda que haja uma queda em alguns itens, por outro lado, outros produtos tiveram alta, em março passado, como a banana (2,52%), o feijão (0,85%), a carne (0,41%) e a manteiga (0,27%).


Variação anual
No acumulado de um ano, o aumento é bem considerável para alguns itens, como o óleo de soja (90,11%), arroz (61,62%), açúcar (35,22%), feijão carioquinha (29,28%) e carne (27,64%). 

E são justamente esses produtos que o empresário Gustavo de Souza vem observando o aumento na hora de passar as compras no caixa. Proprietário de uma empresa de locação de brinquedos e itens infantis, ele relata que já vem sofrendo com os preços. “Até na minha empresa precisei aumentar o preço do serviço da batata frita em 20%, por conta do aumento do óleo de soja”, explica Souza.

De acordo com a supervisora técnica do Dieese, Jackeline Natal, produtos que são commodities, como o óleo de soja, arroz, carne, sofrem com o aumento por conta da elevação do dólar, que torna a exportação mais atrativa aos produtores. “O óleo de soja, por exemplo, passou de R$ 4,55 em março do ano passado para R$ 8,65 no mesmo período deste ano”, detalha Jackeline e ainda lembra que o Brasil é o maior produtor global de soja.