COVID-19

OMS teme possível agravamento da pandemia durante o Ramadã

Diretor do escritório regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental disse que situação na região apresenta uma "tendência preocupante"

Ramadã é uma comemoração tradicional da religião islâmica - GIUSEPPE CACACE / AFP

A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou, nesta quarta-feira (14), grande "preocupação" com um possível agravamento da pandemia de covid-19 durante as celebrações do mês de jejum do Ramadã no Norte da África e no Oriente Médio. 
 
O número de casos aumentou 22% e o número de mortes 17% "na semana passada em comparação com a semana anterior" na região, afirmou o Dr. Ahmed al-Mandhari, diretor do escritório regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental. 
 
Falando durante uma coletiva de imprensa virtual no Cairo, o Dr. al-Mandhari disse que a situação nesta vasta região que se estende do Marrocos ao Paquistão reflete uma "tendência preocupante".
 
"Estamos particularmente preocupados que a situação atual possa piorar durante o Ramadã se as pessoas não seguirem" as medidas de saúde recomendadas pela OMS.
 
O mês de jejum do Ramadã - durante o qual os muçulmanos se abstêm de comer, beber e fumar entre o nascer e o pôr do sol - começou na terça-feira (13) na maioria dos países muçulmanos.
 
As recomendações sanitárias, em particular o distanciamento físico e o uso de máscara, devem "ser mantidas para ajudar a conter a pandemia", defendeu o Dr. al-Mandhari. 
 
A OMS quer "que os países façam uma avaliação dos riscos para evitar a propagação das infecções", declarou por sua vez a Dra. Dalia Samhouri, responsável para a preparação de situações de emergência na região.
 
Ela listou várias medidas que são desejáveis de acordo com a OMS em torno das mesquitas durante o mês do Ramadã: "distanciamento físico, ventilação, desinfecção regular". 


"Se estou doente, devo ficar em casa", disse, antes de acrescentar que "as pessoas vulneráveis (...) quem têm doenças crônicas, devem ficar em casa".
 
Ao mesmo tempo, Ahmed al-Mandhari destacou que todos os países da região receberam vacinas anticovid, mas aqueles com acesso mais limitado foram o Iêmen e a Síria.
 
A região inclui 21 países além dos Territórios Palestinos ocupados, com uma população de quase 679 milhões de pessoas.
 
Segundo ele, "persiste um desequilíbrio chocante na distribuição de vacinas" no mundo.
 
"Isso é especialmente verdadeiro em nossa região, onde os profissionais da saúde e pessoas que vivem em condições de vulnerabilidade, como na Síria e no Iêmen, têm acesso bastante limitado às vacinas".
 
Desta forma, no Iêmen, onde cerca de 14 milhões de doses foram prometidas por meio do dispositivo Covax, apenas 360.000 foram entregues.