Esquiva Falcão fecha patrocínio após entregar mini pizzas na pandemia
Foto do medalhista olímpico trabalhando como entregador em negócio familiar motivou campanha de apoio ao pugilista nas redes sociais, que atraiu novo patrocinador
Nos últimos dias, a hashtag #PatrocinemoEsquiva ganhou destaque no Twitter, após uma imagem do medalhista olímpico Esquiva Falcão - durante trabalho de entrega de miini pizzas em sua moto - viralizar na internet. A comoção em torno do pugilista, que encontrou no negócio familiar a possibilidade de ganhar um dinheiro extra em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19), resultou, nesta quarta-feira (14), na conquista de novo patrocínio. Nas redes sociais, o capixaba de 31 anos anunciou que fechou contrato com uma empresa do setor varejista, com sede em Brusque (SC).
Um dia antes, em entrevista à Agência Brasil, Esquiva revelou que várias propostas de possíveis patrocinadores surgiram após a foto ser replicada nas redes sociais.
"A Suelen, minha esposa, é quem organiza tudo. Resolve patrocínio, parceria, as mini pizzas, cuida das crianças e de mim [risos]. Agradeço muito a Deus, às pessoas e aos fãs de boxe, que se uniram para divulgar o trabalho de um atleta que começou com as entregas para não ser nocauteado pela pandemia", disse o pugilista, prata na Olimpíada de Londres (Reino Unido), em 2012.
A menção carinhosa à esposa não é por acaso. Foi dela a ideia de iniciar o negócio, no início da pandemia, há um ano.
"Um dia, pedimos uma mini pizza no bairro onde moramos [na cidade capixaba de Vila Velha]. Pensei: sou tão boa de cozinha, por que não fazer? Como ele [Esquiva] é admirador dos meus pratos, sugeriu que vendêssemos no bairro. Sempre quis ter meu negócio, mas podendo participar do crescimento dos meus dois filhos pequenos. Comecei a divulgar, o Esquiva também. Veio pedido de todos os municípios do Espírito Santo e até de fora do estado, dizendo que gostaria de nos ajudar", contou Suelen.
Ela brinca que Esquiva é o "garoto-propaganda" das mini pizzas. Não só isso. O próprio pugilista vinha sendo responsável por algumas entregas. Inicialmente de carro. Depois, a bordo da moto.
"Quando é um pedido especial, o campeão vai [risos]. Às vezes, levo a medalha olímpica, o pessoal bate foto. Infelizmente, por causa da pandemia, a gente evita o abraço e respeita o distanciamento, mas sempre conversa um pouco. Teve um fã que até chorou quando contei a história da medalha", lembrou o pugilista.
Esquiva deixou o boxe olímpico e migrou para o profissional em 2014. Ele compete na categoria dos médios (até 72,575 quilos) De lá para cá, fez 28 combates internacionais e venceu todos, 20 por nocaute. O último em fevereiro, quando bateu o russo Arthur Akavov. No mês seguinte, renovou contrato com a Top Rank, empresa sediada em Las Vegas (Estados Unidos). O vínculo com a promotora lhe garante mais três lutas nos próximos 12 meses. O capixaba vive a expectativa que uma delas valha o cinturão de campeão mundial.
"Sinto que esse ano devo lutar mais uma vez, entre setembro e outubro, mas ainda não pelo cinturão. Será uma luta difícil. Se ganhar, no ano que vem, aí sim, deve ser o combate pelo cinturão. Estou bem ranqueado, em terceiro [na IBF, sigla em inglês para Federação Internacional de Boxe]. Meu sonho é ser campeão do mundo e estou próximo, não posso desistir", afirmou o brasileiro.