Pagamento do auxílio emergencial injeta menos recursos para o comércio varejista em 2021
Em Pernambuco, o aumento da inadimplência contribui para que a população priorize o pagamento das dívidas com os recursos
Ao contrário do cenário visto no ano passado, o novo auxílio emergencial não vai acarretar tanto impacto para o setor do comércio brasileiro, devido a diminuição do valor do benefício pago e do alto comprometimento da renda familiar da população. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o impacto no comércio será oito vezes menor do que em 2020.
Com o auxílio, a população deve injetar nos caixas do comércio varejista R$12,75 bilhões, equivalente a 31,2% do dinheiro que for sacado. Já em 2020, o valor destinado ao consumo no varejo foi de R$103,8 bilhões, 35,4% dos recursos do benefício.
No ano passado, foram destinados R$16,2 bilhões do auxílio emergencial para Pernambuco e, consequentemente, o comércio recebeu mais recursos da população. “No ano passado foram injetados R$16,2 bilhões de reais em Pernambuco através do auxílio emergencial, tornando o estado o quinto que mais recebeu dinheiro. Recife passado recebeu 2,4 bilhões de reais, segundo foi Jaboatão R$1,1 bilhão e terceiro Olinda com R$688 milhões. O ano passado, 35% dos recursos do pessoal foi para o comércio, um pouco menos de 1/3 terço para pagar dívida e o outro 1/3 pouparam”, explica o presidente do sistema Fecomércio/ Sesc/ Senac-PE, Bernardo Peixoto.
“Para este ano, a estimativa é que o auxílio emergencial injete em Pernambuco R$2,4 bilhões e que 31,5% vá para o comércio, principalmente no interior, com produtos de alimentação. As pessoas que tiverem um poder aquisitivo um pouco melhor é que vão poder pegar uma parte para pagar dívidas e guardar para o mês seguinte. Além de vir menos dinheiro para o estado, o percentual de conta é menor. A inadimplência em Pernambuco de 28,7% também contribui para a diminuição do dinheiro no comércio, porque boa parte da população vai pagar essa dívida”, ressalta o presidente.
A nível nacional, o problema com as dívidas também está presente. Segundo a CNC, a estimativa é de que 30,3% da renda das famílias brasileiras esteja comprometida. Com isso, os recursos do auxílio emergencial são destinados para o pagamento das dívidas.