Argentina

Fernández responde Bolsonaro sobre papel dos militares argentinos na pandemia

"As Forças Armadas estão aí para fazer o que fazem muito bem que é, em situações de catástrofe, dar apoio às pessoas", afirmou presidente argentino

Pessoas seguram faixas representando o presidente do Brasil Jair Bolsonaro durante um protesto em frente à Embaixada do Brasil em Buenos Aires, no dia 14 de abril - JUAN MABROMATA / AFP

O presidente argentino Alberto Fernández respondeu a Jair Bolsonaro sobre o papel de apoio que os militares desempenham na pandemia de coronavírus na Argentina, ao rebater um tuíte em que o presidente brasileiro afirma que o exército argentino controlará um toque de recolher.
 
"São oficiais que fizeram a carreira na democracia, defendem as instituições e a partir deste espaço têm colaborado de modo magnífico na pandemia, levando assistência a locais de maior vulnerabilidade", disse Fernández em uma entrevista à Rádio 10.
 
Fernández rejeitou a mensagem em que Bolsonaro escreveu: "Exército argentino nas ruas para manter o povo em casa. Toque de recolher entre 20h e 08h. Bom dia a todos".



Fernández, que na quarta-feira à noite anunciou novas medidas de restrição à circulação de pessoas para frear a acelerada segunda onda de coronavírus, considerou "impactante que Bolsonaro diga uma coisa assim".
 
Sobre o papel das Forças Armadas, Fernández disse que "pedi que me ajudassem a montar postos de saúde para tornar os exames mais rápidos".
 
"O exército tem médicos e enfermeiros muito qualificados e foi isto que pedi. Eu não declarei estado de sítio nem penso em fazer e as Forças Armadas não fazem segurança interna, estão aí para fazer o que fazem muito bem que é, em situações de catástrofe, dar apoio às pessoas", completou.

 

 
Fernández decidiu proibir a circulação entre 20H00 e 6H00 a partir de sexta-feira na área metropolitana de Buenos Aires e autorizou a Polícia Federal a supervisionar o cumprimento da medida.
 
A Argentina enfrenta uma aceleração de contágios, com quase 25.000 novos casos na quarta-feira, e os especialistas advertem que o sistema hospitalar está perto do limite.
 
Com 45 milhões de habitantes, a Argentina acumula 2,6 milhões de casos e 58.542 mortes desde o início da pandemia de Covid-19.