Ex-ministro

Bolsonaro nomeia Pazuello para cargo na Secretaria-Geral do Exército em Brasília

Nomeação permite que ex-ministro da Saúde saia de Manaus, onde estava lotado, e se fixe na capital federal

Ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, exonerado há um mês por uma criticada gestão da pandemia de Covid-19, voltará para Brasília. O presidente Jair Bolsonaro publicou no Diário da Oficial da União desta sexta-feira (23) que o general da ativa assumirá um cargo na Secretaria-Geral do Exército. As informações são do R7.

A nomeação permite que Pazuello saia de Manaus, onde estava lotado, e se fixe na capital federal, deixando seu posto na 12ª Região Militar, no Amazonas.

O ex-titular da Saúde foi alocado ao posto para, depois, ser transferido à Secretaria-Geral da Presidência da República. A pasta é chefiada por Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que foi deputado entre 2003 a 2019 e possui experiência no Congresso Nacional.

Onyx tem a tarefa de treinar o ex-ministro da Saúde para falar na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19 no Senado, que investigará possíveis omissões do governo federal no combate à crise sanitária. Pazuello é um dos alvos das apurações do colegiado.

Na semana passada, ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) sinalizaram que devem punir o general da ativa e seus auxiliares. Relator da ação sobre a conduta do Ministério da Saúde durante a crise sanitária, o ministro Benjamin Zymler disse que a pasta evitou assumir a liderança do combate ao novo coronavírus no país.

Segundo o relator, uma das ações da gestão de Pazuello foi mudar o plano de contingência do órgão na pandemia, com a finalidade de retirar responsabilidades do governo federal sobre o gerenciamento de estoques de medicamentos, insumos e testes.

"Em vez de expandir as ações para a assunção da centralidade da assistência farmacêutica e garantia de insumos necessários, o ministério excluiu, por meio de regulamento, as suas responsabilidades", afirmou Zymler.

Vale ressaltar que o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou no fim de março a remessa de inquérito contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, por suposta omissão na gestão da crise do coronavírus no Amazonas para a primeira instância, na Justiça Federal do Distrito Federal. O pedido havia sido feito nesta quarta pela PGR (Procuradoria-Geral da República).