Butantan pede à Anvisa autorização para início dos testes com a Butanvac, diz governo de São Paulo
A duração máxima prevista é de 20 semanas, mas a partir da 16ª haverá resultados de análise primária, o que possibilita o pedido do uso emergencial
O governo João Doria (PSDB) anunciou nesta sexta-feira (23) que o Instituto Butantan pediu à Anvisa autorização para o início dos testes com a Butanvac.
O anúncio foi feito no Palácio dos Bandeirantes, na zona oeste de São Paulo, em entrevista coletiva com medidas sobre o coronavírus. O evento foi capitaneado pelo vice-governador Rodrigo Garcia (DEM), sem a presença do governador João Doria.
A vacina será produzida pelo Butantan, sem necessidade de importação de insumos. "É uma vacina que será muito rapidamente produzida integralmente no Brasil, não depende de nenhuma importação de matéria-prima. Uma capacidade enorme de produção já a partir inclusive da próxima semana", disse o diretor do Butantan, Dimas Covas.
O protocolo do estudo clínico de fases 1 e 2 foi enviado à Anvisa. A duração máxima prevista é de 20 semanas, mas a partir da 16ª haverá resultados de análise primária, o que possibilita o pedido do uso emergencial à Anvisa.
"É uma vacina que pode fazer diferença a partir do segundo semestre. Diferença para o Brasil e para outros países, porque temos grande capacidade de produção", disse Covas.
A Butanvac vai usar o vírus da doença de Newcastle -patógeno de uma síndrome respiratória aviária que não causa sintomas em humanos- como vetor viral. Esse vírus é modificado geneticamente para expressar a proteína da espícula do Sars-CoV-2 e poder gerar resposta imunológica no corpo contra o causador da Covid-19.
Garcia também anunciou que pela primeira vez, depois de dois meses, o estado de São Paulo apresentou uma queda no número de óbitos de 23%.
"É a primeira vez que os três indicadores, de caso, internações e óbitos estão em queda, graças a vacinação e às medidas do Plano São Paulo e ao apoio da população", disse Garcia.
O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn , disse que pela primeira vez nas últimas oito semanas houve queda nos indicadores de internações, casos e mortes.
"Casos tivemos em 14,3%. Nas internações, tivemos uma queda de 6%. E de óbitos 23,6%. É importante lembrar que nós já vínhamos apresentando uma queda nas últimas quatro semanas de internações", disse Gorinchteyn.
O governo também lembrou a reabertura do setor de serviços neste sábado (24), que permitirá a abertura de restaurantes, salões de beleza, academias, atividades culturais e parques. O toque de recolher das 20h às 5h e a ocupação de máxima de 25% de estabelecimentos continuam.