Oscar 2021

Em edição atípica, Oscar anuncia seus vencedores neste domingo (25)

Predominância das empresas de streaming e diversidade entre os indicados marcam 93ª edição do prêmio

Filmes indicados aos Oscar 2021 - Divulgação

Para os fãs da sétima arte, a frase “and the Oscar goes to...” precede revelações aguardadas com muita ansiedade. Neste domingo (25), a partir das 21h, o público finalmente conhecerá os nomes dos vencedores da mais badalada premiação do cinema mundial. Após um ano marcado por uma pandemia e protestos antirracistas nos Estados Unidos, o Oscar 2021 tem tudo para entrar para a história.

Diferentes fatores fazem esta 93ª edição do prêmio ser completamente atípica, começando pela data da cerimônia, que estava marcada inicialmente para 28 de fevereiro, mas foi adiada em função da crise sanitária mundial. A situação da Covid-19 também fez a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood mudar suas regras e passar a aceitar inscrições de filmes que estrearam apenas de modo virtual.

A alteração favorece diretamente os serviços de streaming, que já vinham conquistando mais espaço nas últimas edições. A Netflix, maior representante do ramo, domina a lista de indicados com 35 indicações, seguido pela Amazon Prime, com 12. “O Oscar é, sem dúvidas, a porta principal para que essas alcancem o status de grandes estúdios cinematográficos”, aponta o crítico de cinema Luiz Joaquim, professor e coordenador do curso de bacharelado em cinema e audiovisual da Uniaeso.

Até mesmo a tradicional cerimônia de anúncio dos vencedores precisou passar por adaptações. Ela será presencial, mas se dividirá entre Los Angeles, Paris e Londres, para que as viagens até os Estados Unidos sejam evitadas. A cerimônia terá menos convidados e o número de veículos de imprensa no cobiçado tapete vermelho também foi reduzido.

O Oscar também consolida a tendência de adotar uma maior diversidade. Pela primeira vez, a categoria de direção conta com duas cineastas entre as indicações: Chloé Zhao ("Nomadland'') e Emerald Fennell (“Bela Vingança”). Entre os oito concorrentes a melhor filme, três têm protagonistas não brancos e dois são estrelados por mulheres. Além disso, há nove atores e atrizes de diversas origens étnicas com chances de levar uma estatueta para casa.

Concorrência

Quais devem ser os grandes vencedores da noite mais aguardada de Hollywood? A crítica internacional já elegeu seus favoritos, mas os “azarões” sempre podem surpreender. “Nomadland” vem sendo apontado como o provável ganhador na disputa pelo prêmio principal. O drama, que conta a história de uma viúva que escolhe o nomadismo como estilo de vida, tem a seu favor o fato de já ter abocanhado o Leão de Ouro do Festival de Veneza, além do Globo de Ouro, Bafta e vários outros troféus.

Líder de indicações deste ano, “Mank” também tem boas chances na corrida rumo à estatueta dourada. O filme de David Fincher conta a história de Herman J. Mankiewicz, roteirista da obra-prima "Cidadão Kane". “Acho que é um longa para cinéfilos. É esteticamente muito bem feito e retrata a indústria hollywoodiana com seus ícones tão atraentes", opina Alexandre Figueirôa, doutor em Cinema pela Universidade Sorbonne.  

Chadwick Boseman em "A voz suprema do blues" (Foto: Divulgação)

Na categoria de melhor ator, a disputa está acirrada. O papel do veterano Anthony Hopkins em “Meu pai” vem sendo apontado como o melhor de sua extensa carreira desde de “O silêncio dos Inocentes”, quando recebeu seu único Oscar, em 1992. Por outro lado, a consagração póstuma de Chadwick Boseman ("A voz suprema do blues") pode ser uma bela homenagem ao ator que faleceu precocemente, aos 43 anos, em agosto do ano passado. Há ainda a possibilidade do prêmio ir para Riz Ahmed (“O som do silêncio”), primeiro ator muçulmano e de origem paquistanesa a receber uma indicação.

“A figura do Chadwick virou uma espécie de mártir. Esse apelo sentimental, em função do que ele passou a representar para a cultura negra, pode influenciar a escolha dos votantes da academia”, acredita Luiz Joaquim. Na categoria de melhor atriz, o crítico acredita que Frances McDormand, estrela de “Nomadland” deve levar a melhor. A lista traz ainda Viola Davis ("A voz suprema do blues"), Andra Day ("Estados Unidos Vs Billie Holiday"), Vanessa Kirby ("Pieces of a woman") e Carey Mulligan (“Bela Vingança”).