Música

“Ontem é Muito Longe Daqui: Disco de Poemas": álbum de artistas pernambucanos chega às plataformas

Trabalho, produzido sob incentivo da Aldir Blanc, mescla experimentações sonoras em meio a poesias rimadas

Álbum está disponível nas plataformas digitais - Divulgação

Em meio a experimentações e possibilidades sonoras, poesia. Ora passeando pelo rock rural, ora envolto em guitarrada e um baião  freak e psicodélico.

Trata-se do “Ontem é Muito Longe Daqui: Disco de Poemas”, trabalho que registra o encontro de cinco amigos (e artistas): José Juva (Poemas e Voz), Camillo José (Guitarra), Juliano Muta (Baixo e Voz), Rimas Inc. (Beats) e D Mingus (Produção e edição musical). 

Com proposta de percorrer os territórios da poesia de invenção em voz alta, explorando perspectivas poéticas, o projeto – produzido sob o incentivo da Aldir Blanc – foi lançado nesta terça-feira (27) e está disponível no Youtube, Spotify, Soundcloud e Bandcamp, e também  estará disponível para download.

"Pensamos numa maneira de simbolizar o nome do disco trazendo memórias afetivas de cada um. Surgiu a ideia de trazer esses retratos de um lugar que guardamos, da nossa infância. Que está tão distante e ao mesmo tempo tão perto", explica Juliano Muta, jornalista da Folha de Pernambuco e integrante do grupo.

 

Crédito: Acervo Pessoal/Design Priscila Lins

 

 Composto por nove faixas, “Ontem é Muito Longe Daqui: Disco de Poemas” - gravado, editado e mixado por D Mingus, com artes gráficas de Priscila Lins - é aberto com a faixa “Sítio Ensolarado” –- com uma “pegada” tomada pelo rock rural minimalista, futurista.

“Apenas Vasta Memória” vem na sequência e explora uma espécie de ‘guitarrada suingada’ - junto ao registro discursivo do texto. Já “O Oceano Continua Barulhento” pode ser ouvida/lida quase como uma oração/mantra anunciando a amplidão. 

A quarta faixa “Os Pés Descalços Indo Bem Longe” é um delirante diário combinado com ambiência pós-rock e “As Ruminações de uma Vaca Sideral” passeia pela madrugada com ares de synthpop tropical. O baião freak e psicodélico “Todos Temos Fantasmas Suficientes”, esboça em poesia uma espécie de reflexão política planetária. 

Com “Embalado Pelas Chuvas que só Começam” remete a memórias eletrônicas em meio a um lirismo encharcado pelo suor das pistas de dança e gargalhadas das tardes de videogame.

A oitava faixa “Caranguejo Feito de Estrelas e Lixo” apresenta, com sensibilidade, um estudo confessional sobre o amor e “Êxtase Ininterrupto” finaliza o disco com o desenho do ambiente apocalíptico do antropoceno, poema carregado do caos contemporâneo.

Ouça o disco completo: