Operação Dirty Money prende suspeitos de praticar sequestro com pagamento de resgate em criptomoeda
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito de liderar a quadrilha é um ex-bancário com formação em economia
A Polícia Civil repassou, na manhã desta quarta-feira (28), detalhes sobre a Operação Dirty Money (Dinheiro Sujo), deflagrada na última terça-feira (27) em Pernambuco e São Paulo. Os alvos da investigação são suspeitos, entre outros crimes, de extorsão mediante sequestro.
Foram cumpridos oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão domiciliar. Em Pernambuco, as ordens judiciais foram cumpridas no Recife, além de São Bento do Una, Belo Jardim e Sanharó.
As investigações tiveram início a partir do sequestro de um empresário no bairro de Boa Viagem, em março de 2021. A vítima, que é ligada ao ramo de comercialização de criptomoedas, foi privada de liberdade por três horas e forçada a pagar resgate em bitcoins, um tipo de criptomoeda que, no dia do crime, valia em torno de R$ 350 mil.
A operação prendeu em Pernambuco cinco membros da quadrilha, sendo três homens e duas mulheres. Os suspeitos não tiveram as identidades reveladas, mas de acordo com a Polícia Civil o líder do grupo é um ex-funcionário público. “Ele já trabalhou como bancário na Caixa Econômica Federal e é formado em economia. É alguém com bastante conhecimento em informática e investimentos”, afirmou o delegado Paulo Berenguer, do Grupo de Operações Especiais (GOE).
Ainda segundo o delegado, esse é o primeiro registro de sequestro com resgate em criptomoeda no Brasil. “A vítima havia chegado para trabalhar quando foi surpreendido, ainda na garagem do edifício empresarial, por três elementos armados. Ele foi colocado dentro de um veículo e levado para um condomínio de flats, onde sofreu agressões físicas e permaneceu em cativeiro até o pagamento do resgate”, explicou.
Com os suspeitos, foram apreendidos quatro carros, entre eles uma BMW e um Corolla. Eles devem responder ainda pelos crimes de tortura, adulteração de carros, uso de documento falso e receptação. Parte dos suspeitos presos em Pernambuco teria agido com o mesmo modus operandi em um crime praticado na Capital paulista e que vem sendo investigado pela Divisão Antissequestro da Polícia Civil de São Paulo.