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Investimento em startups brasileiras cresceu 187% no início do ano, diz pesquisa

O valor dedicado às novas empresas de tecnologia foi de cerca de R$ 12,7 bilhões no período, investido em 207 negócios

O volume representa 66% dos investimentos mapeados em todo o ano passado - Pixabay

O investimento de capital de risco no mercado de startups cresceu 187% nos primeiros quatro meses de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo relatório da empresa de inovação Distrito, que mapeia o setor, divulgado nesta segunda (3).

O valor dedicado às novas empresas de tecnologia foi de US$ 2,35 bilhões (cerca de R$ 12,7 bilhões) no período, investido em 207 negócios.

O volume representa 66% dos investimentos mapeados em todo o ano passado, quando o setor já vinha aquecido, apesar da pandemia, segundo o Distrito.

As fintechs concentraram a maior fatia dos investimentos, com US$ 731 milhões (R$ 5,4 bilhões) em 45 operações.

A seguir, vieram as startups do setor imobiliário, com US$ 526 milhões (R$ 2,8 bilhões). O resultado foi obtido com apenas seis negócios, a maior parte destinados à startup Loft, que compra imóveis para revendê-los e foi avaliada em US$ 2,9 bilhões (R$ 15,6 bilhões).

Em terceiro lugar ficou o segmento de varejo, com US$ 507 milhões em 22 investimentos.

O mercado brasileiro também registrou 77 operações de fusões e aquisições de startups nos primeiros quatro meses do ano. Destacaram-se no período transações feitas por empresas como Magazine Luiza e Via, no varejo, e Locaweb e Nuvini, no setor de tecnologia.

Gustavo Gierun, sócio do Distrito, afirma que o avanço do setor tem como um de seus motores a chegada de fundos de investimentos que não costumavam investir no mercado brasileiro.

Apesar do dólar estar valorizado em relação ao real, o que torna investir no Brasil mais barato, Gierun disse considerar que fatores como o amadurecimento do setor, a diversificação dos fundos e do tipo de startups que buscam, bem como o aumento da liquidez no mercado, foram mais importantes para o resultado.

"O fundo de venture capital [capital de risco} busca no Brasil ganhos acima de 10 vezes, 20 vezes o que investiu. A oscilação do dólar ajuda, mas não faz ele tomar a decisão", afirmou em conversa com jornalistas.

Para o futuro, Gierun cita como setores com potencial de crescimento o de saúde, com grandes empresas ampliando áreas de inovações e fundos dedicados exclusivamente ao segmento, e o varejo, que segue em corrida acelerada para sua digitalização.