Economia

Guedes diz que país está numa fase turbulenta, mas prevê queda do dólar

Ministro da Economia também citou que o dólar está mais alto do que o esperado

Ministro da Economia, Paulo Guedes, durante conversa com a imprensa - Edu Andrade/Ascom/ME

O ministro Paulo Guedes (Economia) disse nesta terça-feira (4) que o país passa por uma "fase difícil e turbulenta", mas previu que o dólar começará a cair.

"Todas essas incertezas, a doença [Covid-19], a perspectiva de recessão, tudo isso afeta muito [o câmbio]. A dúvida sobre se nós vamos conseguir ou não prosseguir com as reformas, os boatos sobre um ministro pode cair, pode não cair. Nós vivemos uma fase difícil, turbulenta. Não é nada suave aqui", declarou em audiência pública na Câmara.

Ele citou que o dólar está mais alto do que o esperado. "Então, o fato de estar com o dólar um pouco acima, seria ótimo se caísse. Eu acho que vai cair aí na frente", afirmou o ministro, lembrando da alta nas exportações de commodities e o impacto disso no saldo comercial brasileiro.

Segundo Guedes, o Brasil, portanto, ficou mais rico diante desse movimento recente, mas ainda é preciso transferir essa riqueza para os mais vulneráveis. O ministro defende uma ampliação dos gastos na área social, inclusive com reformulação do Bolsa Família.

"O país ficou melhor na hora que sobe [o preço do] que ele produz", disse.

A audiência na Câmara reúne membros de quatro comissões: trabalho; finanças e tributação; educação; e seguridade social.
Guedes foi questionado sobre o corte na verba para o Censo demográfico, que foi novamente adiado.

Ao sancionar o Orçamento de 2021, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez mais um corte na verba para o Censo demográfico. A tesourada dessa vez foi de R$ 17 milhões.

Com isso, os recursos para a pesquisa, que inicialmente eram de R$ 2 bilhões, foram reduzidos para cerca de R$ 50 milhões. Esse é o valor que sobrou para o IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizar estudos e preparar a pesquisa.

Guedes afirmou que não coube ao Ministério da Economia essa decisão, que, segundo ele, foi política. "É um processo político".