Produção industrial de Pernambuco registra alta em março
O volume de produção das indústrias pernambucanas apresentou um crescimento de 3,9 pontos, segundo a Sondagem Industrial, realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe). Apesar do aumento da produção, o índice segue abaixo da linha divisória dos 50 pontos, marcando 48 pontos, o que segundo a Federação mantém a produção estadual em um cenário pessimista.
O resultado pernambucano não acompanhou o resultado nacional, que foi de 50,5 pontos, o que demonstra que o segmento não está se recuperando com velocidade suficiente para alcançar os patamares de antes da pandemia.
O economista da Fiepe, Cézar Andrade, aponta que é preciso que a confiança do empresário esteja em alta, para que o segmento industrial volte a atuar com mais força. “Essa sondagem mostrou um aumento de produção, mas chegou a 48 pontos. É um índice que vai de 0 a 100 pontos, e só consideramos positivo acima dos 50 pontos. Apesar de ter crescido ainda não está no cenário positivo, segue negativo”, disse.
O economista aponta ainda que a indústria pernambucana voltou a produzir mais por conta dos estoques dos produtos apresentaram recuo de 1,4 ponto na passagem de fevereiro para março, chegando aos 48,5 pontos. “A indústria está produzindo mais, os números dizem isso, mas, como a conjuntura atual é de incerteza, o tanto que produziu ainda não é capaz de reverter o cenário para uma situação de otimismo total. Com os estoques em baixa, naturalmente, haverá uma demanda por mais produção. Outro aspecto que não anima o resultado final da Sondagem é o fato de o índice de Evolução do Número de Empregados também ter caído, com variação negativa de 2,6 pontos", contou o economista.
Outros pontos de destaque da sondagem estão relacionados à margem do lucro operacional, à satisfação financeira e ao acesso a crédito, que também apresentaram queda em seus indicadores durante o trimestre, pontuando 43,9 pontos, 50,4 pontos e 39,9 pontos, respectivamente. No aspecto da dificuldade, prevalecem ainda a falta ou o alto custo da matéria-prima (52,73%) e a elevada carta tributária (34,55%) como obstáculos para a indústria.
Para contribuir com que o indicador retome para um patamar positivo, Andrade aponta que é preciso que a vacinação tenha um melhor andamento para que o comércio volte a vender mais, aumentando a demanda industrial. “Tudo depende da confiança do empresário, a retomada não depende só dele e dos investimentos, depende de vacina, para assim o comércio atuar em capacidade maior e ter mais encomendas, para indústria voltar a produzir mais, é o principal fator para destravar a economia”, declarou Cézar.