'Mestres da Sabotagem' recomeça neste sábado, 8 de maio

Programa culinário em que saber cozinhar não garante o pódio

Cozinhar não é o principal desafio do reality do SBT - TV Press/Divulgação

Já há muitos anos, o SBT dedica espaços de sua grade às competições culinárias. O nicho, aliás, parece ter mesmo virado um queridinho da tevê aberta, depois de muito explorado por alguns canais a cabo. O SBT estreou, em abril, mais uma opção para os telespectadores que se deliciam com esse tipo de programação. A próxima edição começa dia 8 de maio próximo (sábado), às 22h30.

No “Mestres da Sabotagem”, no entanto, saber cozinhar bem não chega a se A próxima edição começar o principal pré-requisito para se dar bem: ali, é preciso lidar com obstáculos que são leiloados entre os competidores, que podem arriscar diminuir o próprio prêmio final para atrapalhar seus rivais na disputa. “Mestres da Sabotagem” é anunciado como um reality, mas o formato é de game.

A cada semana, o público conhece três aspirantes ao prêmio, que pode ser de qualquer valor até R$ 25 mil. É com esse montante que cada um começa o jogo, para ter a chance de arrematar armadilhas capazes de complicar – e muito – o trabalho dos outros participantes.

Como, por exemplo, fazer alguém cozinhar vestindo uma cauda de sereia, substituir facas por um alicate na hora de cortar alimentos ou até mesmo tirar do rival o ingrediente principal do prato, substituindo-o por temperos artificiais para simular o gosto. E quem julga é apenas um chef, o italiano Giuseppe Gerundino. Ter um júri com mais um ou dois especialistas poderia tornar a dinâmica mais interessante, já que os profissionais poderiam discordar nas avaliações.

Sergio Marone foi o escolhido da emissora de Silvio Santos para estar à frente do programa, produzido em parceria com a Discovery – e exibido no Discovery Home & Health. O ator, que deu expediente em novelas bíblicas na Record, há tempos tentava mudar de área na emissora do Bispo Macedo, chegou a trabalhar com Xuxa no “Dancing Brasil” e a substituir Cesar Filho durante as férias do jornalista no “Hoje em Dia”, em janeiro de 2017.

Porém, só agora parece ter conquistado um espaço próprio na área do entretenimento. Ainda é cedo para avaliar se essa aposta dará certo. Seu carisma é inegável, mas o ator parece recorrer, mesmo na função de apresentador, a alguns elementos que já usou bastante em seus papéis na televisão. Em muitos momentos, não é difícil se lembrar dele na pele do anticristo Ricardo de “Apocalipse”, trama bíblica futurista da Record, exibida entre 2017 e 2018.

O formato de game, com competidores que duram um único episódio no programa, tem suas vantagens e desvantagens. É mais difícil de criar vínculo com o público, que não tem tempo de estabelecer uma torcida intensa por ninguém. Por outro lado, traz mais dinamismo à atração, até porque cada participante reage de uma maneira às situações inusitadas que, muitas vezes, precisam enfrentar ao serem sabotados.

Outro ponto curioso é que, para tentar levar a melhor e ferrar os colegas, é preciso abrir mão de parte da quantia de R$ 25 mil, recebida logo no começo. Depois de três provas e de enfrentar alguns leilões, há participantes que chegam à final sobrando míseros R$ 100 de saldo para disputar o prêmio. Isso também fica estranho, até porque acaba sendo mais fácil torcer por quem tem mais a receber ao fim.