Jornalista iraquiano em estado crítico após tentativa de assassinato
Atingido na cabeça, o comunicador foi transferido para Bagdá
Um conhecido jornalista iraquiano se encontra em estado crítico após sofrer uma tentativa de assassinato no sul do país, um dia depois que um proeminente ativista antigovernamental foi morto.
Na madrugada desta segunda-feira, o jornalista Ahmed Hasan, da rede iraquiana Al-Furat, foi baleado várias vezes ao sair do carro em frente a sua casa em Diwaniya (sul).
Atingido na cabeça, o comunicador foi transferido para Bagdá, onde passou por várias operações e "continuará por mais duas semanas em terapia intensiva", segundo o hospital onde está sendo tratado.
Um dia antes, o ativista Ehab al-Uazni foi alvejado em Kerbala por homens armados com pistolas com silenciador quando voltava para casa. Ele morreu no local.
O militante vinha denunciando há anos os grupos armados e a influência do Irã sobre seu país e foi um dos organizadores das manifestações contra o poder na cidade sagrada xiita de Kerbala.
O líder xiita Ammar al Hakim, dono da rede Al-Furat, pediu ao governo que "proteja a palavra livre" e esclareça "com urgência" esses assassinatos.
Os dois crimes geraram indignação no Iraque, apesar de o país estar acostumado com a violência. Eleições legislativas antecipadas estão programadas para outubro de 2021.
Os ataques fazem ressurgir o espectro de crimes com motivação política em um país onde eram frequentes durante a guerra civil (2006-2009).
Desde o início de uma revolta popular sem precedentes em outubro de 2019, pelo menos 70 ativistas foram vítimas de assassinatos ou tentativas de homicídio e houve dezenas de sequestros.
Ninguém reivindica esses ataques, mas os militantes os atribuem a "milícias" em um país onde grupos armados financiados pelo vizinho Irã estão ganhando terreno.