Censo

IBGE sugere vacinar equipes para Censo e discute adiar para 2022

Órgão relatou ao Supremo uma série de riscos caso a pesquisa tenha que ser feita neste ano

Censo do IBGE - Simone Mello/Agência IBGE Notícias

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) afirmou em ofício enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) que a realização do Censo em 2021 deve considerar a necessidade de vacinação das equipes de campo pelo menos dois meses antes da coleta de dados.

Essa é uma das dificuldades que o IBGE menciona em ofício ao STF caso a Corte confirme a decisão que obriga o órgão a fazer a pesquisa ainda neste ano.

No mês passado, o ministro Marco Aurélio deferiu liminar para determinar à União e ao IBGE a adoção de medidas para fazer o Censo em 2021.

O relator destacou que, ao deixar de fazer o estudo, o governo descumpriu o dever de organizar e manter os serviços de estatística e geografia de alcance nacional. A AGU (Advocacia-Geral da União) apresentou recurso ao STF contra a decisão.

O IBGE ficou sem recursos para a pesquisa neste ano. Originalmente, R$ 2 bilhões haviam sido reservados na proposta de Orçamento de 2021. O Congresso reduziu o valor para R$ 71 milhões e o texto sancionado pelo presidente apresentou o valor de R$ 53,2 milhões -inviabilizando a realização.

Com a discussão do tema no STF, o IBGE apresentou três cenários possíveis de cronograma. O primeiro é de coleta de dados a partir de outubro de 2021. Nesse caso, a inscrição dos candidatos interessados a integrar a equipe precisaria ser reaberta ainda neste mês.

O início da pesquisa neste ano jogaria a revisão para janeiro e fevereiro e geraria grandes chances de prejuízos, diz o IBGE, com prolongamento da operação de campo e aumento de custo. A falta de vacinação ainda geraria resistência de moradores para receber os pesquisadores e ainda geraria desistências na equipe.

Diante dos riscos apontados pelo IBGE de fazer o Censo ainda em 2021, o órgão apresentou outros cenários e afirmou que adiar a operação para 2022 deve ser uma opção analisada.

"Dados os aspectos negativos apontados no cenário de realização do Censo ainda em 2021, alternativas de realização da operação censitária em 2022 devem ser consideradas", afirma o texto.

Nesse caso, os dados começariam a ser coletados em maio de 2022. Antes disso, os preparativos teriam que começar ainda em dezembro, mas o período de viagens e entraves orçamentários podem prejudicar a execução das atividades.

Um terceiro cenário adiaria o início da coleta de dados para agosto de 2022, o que faria o Censo ser incluído no Orçamento do ano que vem. Isso, segundo o IBGE, não traz riscos -exceto o da demora nos resultados, que podem acabar sendo divulgados apenas no começo de 2023.