Economia encolhe 1,59% em março com agravamento da pandemia, diz indicador do BC
Em janeiro de 2020, a atividade marcava 138,15 pontos e em fevereiro foi a 139,36%
A atividade econômica encolheu 1,59% em março, segundo o indicador IBC-Br do BC (Banco Central) divulgado nesta quinta-feira (13). O mês foi marcado por nova rodada de lockdowns em diversas cidades do país em razão do agravamento da pandemia de Covid-19.
O indicador, contudo, veio melhor que as projeções do mercado para o período. Economistas consultados pela Bloomberg esperavam queda de 3,4% em março.
Em fevereiro deste ano, a atividade cresceu 1,88%. Em janeiro, a alta foi de 0,91%.
No primeiro trimestre do ano, o setor produtivo acumulou crescimento de 2,3%, puxado pelos resultados de janeiro e fevereiro. No acumulado dos 12 meses terminados em março, houve queda de 3,37% no indicador.
O índice é medido em pontos e chegou a 140,16 no mês. Embora tenha registrado queda mensal, o nível é maior que os registrados nos meses anteriores à chegada do vírus no país.
De acordo com o BC, em janeiro de 2020, a atividade marcava 138,15 pontos e em fevereiro foi a 139,36%. A partir de então, começou a cair e chegou ao menor nível em abril, com 119,93 pontos.
O número foi calculado com ajuste sazonal, que remove especificidades de um mês, como número de dias úteis, para facilitar a comparação com outros períodos.
Após o início da pandemia, o fechamento dos comércios e o distanciamento social afetaram a economia. Com a reabertura e flexibilização das medidas restritivas, a atividade entrou em ritmo de recuperação, que foi novamente impactado com os novos lockdowns.
Em março, quando o vírus chegou ao país, houve redução de 5,90% no setor produtivo, segundo informado na época, já sob efeito do distanciamento social. Após a última revisão, a variação foi para queda de 5,6%.
Com a população em casa, o consumo diminuiu e a atividade econômica despencou.
O pior resultado foi registrado em abril, quando a economia caiu 9,73% (9,82% com revisão), nível mais baixo desde outubro de 2006 e maior queda entre um mês e outro em toda a série histórica, iniciada em 2003.
Maio já trouxe resultado positivo em relação a abril, de 1,39% (1,62% revisado), mas ficou aquém das expectativas do mercado, que eram de 4,5%.
O IBC-Br mede a atividade econômica do país e é divulgado desde março de 2010. Ele foi criado para auxiliar em decisões de política monetária, já que não existe outro dado mensal de desempenho do setor produtivo.
O indicador do BC leva em conta o desempenho dos principais setores da economia: indústria, agropecuária e serviços.