Futebol

FERJ e Flamengo cogitam final do Carioca em Brasília; Fluminense discorda e não aceita

No último sábado, a Federação liberou 300 convites para o primeiro jogo da final, no Maracanã

Reprodução/ CBF/ Arena BSB

Os bastidores da final do Campeonato Carioca ficam cada vez mais quentes. A nota da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), indicando a possibilidade de levar o segundo jogo da decisão para Brasília, onde o Flamengo tentaria levar público, teve repercussão imediata no Fluminense.

Apoiando o Fla na tentativa, a Federação se apoia no Registro Geral de Competições, que diz que "A Ferj poderá, por motivo de segurança e/ou disciplina e/ou higiene, e a qualquer tempo, substituir o local de mando de campo de partida oficial de competição por ela organizada".

A reportagem apurou que no entendimento da diretoria do Fluminense, porém, o Registro Geral de Competições (RGC) não se sobrepõe ao regulamento da competição. Caso a intenção do rival ganhe corpo, o Tricolor não aceitará atuar fora do Rio de Janeiro.

Para sustentar sua posição, o clube ressalta diversos pontos do documento, com destaque para o inciso VI do artigo 20, que garante que "as partidas das Finais do campeonato serão realizadas no estádio do Maracanã", e o artigo 38, que diz que eventuais acordos entre clubes e Ferj para que partidas possa ser realizadas fora do Rio não se aplicam às finais.

No próprio RGC, o Tricolor destaca também o artigo 132: "Todas as partidas de Competição de qualquer divisão, série ou categoria, promovidas pela FERJ, seja profissional ou não profissional, deverão ser realizadas em estádio situado no Estado do Rio de Janeiro, exceto previsão diversa no REC e com autorização da FERJ, ou por decisão desta".

No lado do Flamengo, entende-se que a mudança não será algo fácil, principalmente se o Maracanã estiver apto a receber o duelo. Os prazos necessários para a mudança também são lembrados como uma questão relevante que pode se tornar obstáculo à Ferj. Mas, inicialmente, não há discordância quanto à medida.

No último sábado, a Ferj liberou 300 convites para o primeiro jogo da final, sendo que 148 foram utilizados. O lado do Fla ficou visivelmente cheio, enquanto o Flu teve penas oito pessoas, sendo seis da diretoria - o clube das Laranjeiras alega que tais pessoas foram diretamente pela Ferj, sem o convite da cúpula.

No decorrer da partida, houve desrespeito às medidas sanitárias em meio à pandemia, como distanciamento social e o uso de máscaras. A administração do Maracanã, inclusive, será multada pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, que considerou a infração como "gravíssima".

A presença de torcida na final do Carioca e também na decisão da Taça Rio foi debatida ao longo da última semana, após a federação publicar um documento que indicava tal possibilidade.

O Flamengo se mostrou favorável, enquanto o Fluminense foi contra. Botafogo e Vasco também fizeram oposição e, desta forma, ficou firmado que, na Taça Rio, não haveria esta hipótese - o primeiro jogo foi no domingo (16), no Nilton Santos, e a volta será em São Januário.

A prefeitura, por sua vez, ao longo deste período, sempre afirmou que o decreto que impedia a presença de público, ainda que não pagante, em estádios permanece em vigor.

Apesar de tal posicionamento, o Rubro-Negro e a Ferj buscam diálogo visando o segundo jogo da final, com o clube tendo, inclusive, enviado um protocolo aos órgãos municipais.

Por enquanto, a segunda partida está marcada para o próximo sábado (22), às 21h05, no Maracanã. Como o primeiro jogo terminou com empate por 1 a 1, uma nova igualdade leva a decisão para os pênaltis.