Ernesto Araújo afirma que Bolsonaro atuou na importação de hidroxicloroquina
Em depoimento à CPI da Covid-19, o ex-chanceler Ernesto Araújo afirmou que o pedido para que o Itamaraty procurasse viabilizar a importação da hidroxicloroquina partiu do Ministério da Saúde. No entanto, reconheceu que houve participação do presidente Jair Bolsonaro.
Ernesto era questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre a mobilização dos postos diplomáticos para obter a importação da hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19. O caso foi revelado pela Folha de S.Paulo.
O ex-chanceler então explicou que o estoque brasileiro estava baixo e que o medicamento é também importante para o tratamento de outras doenças. Ernesto foi então questionado de onde partiu o pedido para a importação.
"No caso, o Ministério da Saúde foi quem nos pediu que procurasse viabilizar essa importação".
Renan então perguntou se Ernesto havia discutido com outras autoridades a situação.
"Não. Eu não me recordo não. Enfim, houve, claro, houve. Não foi exatamente um pedido para implementar esse pedido do Ministério da Saúde, mas o Presidente da República ele, em determinado momento, pediu que o Itamaraty viabilizasse um telefonema dele com o Primeiro Ministro [da Índia]", disse o ex-chanceler.
Renan então perguntou diretamente se houve participação do presidente da República.
"Sim", respondeu Ernesto.
"O presidente, vamos dizer...", complementava o ex-chanceler, quando foi interrompido pelo relator.