F1 faz em Mônaco o GP mais ambicioso da pandemia, mas regras seguem rígidas
Evento será a primeira corrida de rua da categoria desde o início da pandemia e contará com a presença de publico
A Fórmula 1 faz, neste final de semana, em Mônaco, sua primeira corrida de rua desde o início da pandemia, e, por vários motivos, este também é o evento mais ambicioso em termos de organização desde que o campeonato do ano passado começou, em julho. Porém, ao mesmo tempo em que algumas restrições começam a cair, outras medidas serão ainda mais rigorosas para a quinta corrida do campeonato.
Desde a tentativa frustrada de começar o campeonato de 2020 em março, dias após a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarar a pandemia de coronavírus, em um circuito semi-permanente em um parque no centro de Melbourne, na Austrália, todas as provas foram realizadas em circuitos permanentes que ficam afastados de grandes centros urbanos.
Até mesmo corridas em autódromos como em Interlagos e na Cidade do México, que ficam incrustados em metrópoles, ficaram de fora. Em Mônaco, a F1 não apenas volta para a cidade, como também contará com a presença de público: 7.500 pessoas por dia, equivalente a 40% da capacidade total das arquibancadas.
Este não será o primeiro evento com público nas ruas de Mônaco: na corrida da Fórmula E realizada há pouco mais de uma semana, a lotação máxima permitida era de 6.500 pessoas por dia.
Porém, no fim de semana da F1, a quantidade de pessoas que estarão circulando pelo Principado será muito maior, já que a própria estrutura da categoria é mais robusta, e traz consigo outras categorias -Fórmula 2, Fórmula Regional Europeia by Alpine e Porsche Cup-, com o total de profissionais envolvidos ficando entre 4 e 5 mil pessoas.
Várias medidas que têm sido tomadas com sucesso desde o ano passado seguem valendo: cada uma dessas categorias tem seu próprio paddock e os profissionais não podem se misturar. Além disso, mesmo dentro da F1, cada equipe é uma bolha, que, por sua vez, é dividida internamente em mini-bolhas. Isso facilita identificar os contatos de quem testar positivo durante o final de semana, evitando, assim, um surto dentro do paddock.
Mas os cuidados não param por aí: a Fórmula 1 sabe que seu pior fim de semana em termos de infectados foi na Rússia, em setembro do ano passado. A prova de Sochi foi, de longe, aquela que contou com o maior número de torcedores nas arquibancadas -quase 30 mil por dia- e chamou a atenção por lá o descuido com o uso de máscaras por parte de funcionários dos hotéis e restaurantes.
Isso não vai acontecer em Mônaco, onde as restrições são bem mais duras, embora 35% da população tenha recebido pelo menos uma dose da vacina. Para ter acesso às arquibancadas, é preciso apresentar um teste PCR feito até 72h antes do evento. Isso já tem sido regra desde julho do ano passado para quem trabalha na F1, na qual se faz um teste de PCR, em média, a cada três dias.
As regras, no entanto, serão mais rígidas em Mônaco. Para quem vem de fora da União Europeia -ou seja, boa parte da F1, já que sete das dez equipes estão sediadas na Inglaterra- e vai se hospedar na França para o GP, será preciso fazer um teste de PCR antes de embarcar, outro logo após a chegada, com espera do resultado em isolamento, e um último no terceiro dia de estadia. E não será permitida a circulação a não ser entre o hotel e a pista.
Também será necessário respeitar um toque de recolher, que é nacional na França, entre às 21h e às 6h. A maioria das pessoas que trabalha no GP e também a maior parte dos torcedores acabam ficando na França. A cidade francesa de Beausoleil é colada a Mônaco -então, ao atravessar uma rua, já se está em solo francês, sob a exigência de respeitar regras diferentes das que são impostas no principado.
Para quem se hospedar em Mônaco, a diferença é poder jantar em restaurantes, sempre tendo de apresentar um cartão de residente, que será providenciado pelos hotéis. Mas também existe um toque de recolher das 21h às 6h.
Há regras, inclusive, para quem for assistir à corrida das varandas dos prédios ou dos barcos: é preciso ficar a pelo menos um metro de distância um do outro e a ocupação máxima de cada barco será de 12 pessoas. Pelo menos todos poderão ver o desfile de pilotos, feito em dois caminhões com dez pilotos em cada um deles. Será a primeira vez que haverá esse desfile desde 2019.