Dia de Combate à Cefaleia: um alerta para os cuidados com a doença; veja sintomas e tratamento
Doença é uma das mais incapacitantes do mundo e cresce a partir do isolamento social e do medo de contaminação pelo coronavírus
Cerca de 20% das mulheres e 10% dos homens sofrem de enxaqueca no mundo. Muitas vezes causadas por estresse, tristeza ou ansiedade, a cefaleia é caracterizada com uma dor incômoda na cabeça, que pode ser latejante e perdurar por muitos dias.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a enxaqueca crônica é uma das doenças mais incapacitantes do mundo.
Para chamar a atenção da população para os cuidados com a doença foi criado o Dia Nacional de Conscientização da Cefaleia, lembrado sempre em 19 de maio.
A enxaqueca é considerada crônica quando as dores perdurarem por mais de 15 dias no mês. Geralmente pode ser pior de um dos lados da cabeça, acompanhadas de náuseas, sensibilidade à luz ou até vômitos.
O estresse está entre os fatores que podem desencadear as crises de enxaqueca. Outras causas importantes são a insônia, o jejum prolongado, a pouca ingestão de água, o sedentarismo e o consumo em excesso de cafeína, bebidas alcoólicas e alimentos gordurosos e muito condimentados.
“Como muitos dos gatilhos das crises de enxaqueca também estão relacionados aos hábitos de vida, manter uma rotina de alimentação e atividades físicas equilibradas favorece a qualidade de vida de quem sofre com a doença”, explica o professor de Neurologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho.
Enxaqueca e a pandemia
Nesse mundo em pandemia, o medo e as incertezas provocados pelo coronavírus, pelo isolamento social e suas consequências têm contribuído para aumentar as crises de enxaqueca entre a população.
Pacientes que tinham episódios esporádicos agora são acometidos com mais regularidade pela doença. A pandemia de certo modo estimula a ansiedade, as oscilações de humor, a irritabilidade, a desesperança e a angústia, colaborando para o desenvolvimento da doença.
Outro alerta importante é que durante a pandemia houve um aumento na automedicação. “Por temor da contaminação, muitas pessoas passaram a tomar anti-inflamatórios ou analgésicos por conta própria e podem ser vítimas do que chamamos de 'dor de cabeça de rebote'. Ela ocorre em função do abuso de medicamentos e do aumento progressivo das
doses necessárias para alívio das crises”, finaliza o neurologista.
Embora a enxaqueca crônica não tenha cura, é possível controlá-la, espaçando a ocorrência de crises e amenizando a intensidade dos sintomas. Para isso, o paciente precisa procurar um neurologista.