Saúde

Boa alimentação ajuda a amenizar os efeitos da menopausa

Itens como azeite de oliva ajudam a aliviar incômodos comuns no corpo feminino após os 40

Azeite de oliva - Léo Malafaia/Folha de Pernambuco

O final da fase reprodutiva feminina e, consequentemente a suspensão do fluxo menstrual, é uma das mudanças mais dramáticas da vida de uma mulher. A menopausa consiste numa transformação radical dos hormônios, provocando desconfortos físicos, como ondas de calor e alterações de humor. 



“Estes sintomas ocorrem principalmente devido à redução do estrógeno, o que também está associado a um maior risco de dislipidemias, doença arterial coronariana, osteoporose e obesidade”, pontua a nutricionista e coordenadora da pós-graduação em Nutrição Clínica e hospitalar da Faculdade IDE, Cristiane de Sá.

De acordo com Cristiane, é possível amenizar os sintomas da menopausa com alimentação orientada. “Os hábitos alimentares são fundamentais para reduzir sintomas, bem como prevenir e controlar as doenças associadas, como osteoporose, obesidade e doenças cardiovasculares. Além disso, uma alimentação saudável pode amenizar os sintomas decorrentes da deficiência estrogênica”, explica.

Mas, enfim, o que seria uma dieta ideal para ajudar a mulher a atravessar essa fase? A profissional dá algumas dicas. “Recomenda-se incluir alimentos ricos em fitoestrógenos, como as isoflavonas presentes na soja, por apresentar propriedades semelhantes ao estrógeno, para compensar a queda do nível deste hormônio. É importante também garantir aporte adequado de cálcio para evitar a osteoporose. Já para aliviar sintomas de irritabilidade e depressão, pode-se incluir alimentos ricos em vitaminas do complexo B e triptofano”, orienta.

O que comer?

“A soja se destaca por apresentar as isoflavonas, que também podem ser encontradas na linhaça. Vale ressaltar que é importante ter cautela caso a paciente tenha predisposição a câncer de mama, útero ou ovários. As isoflavonas também podem auxiliar na redução da sintomatologia climatérica, principalmente nos episódios de fogachos (calor)”, explica a nutricionista.


“Para combater a secura das mucosas, a linhaça, por ser rica em ômega 3, abacate, azeite de oliva e castanhas. Já para a perda de massa óssea, leite e derivados, e tofu. Recomendam-se alimentos antioxidantes para proteger as células, como frutas vermelhas, alho, maçã, casca de cebola e crucíferas como brócolis, couve-flor, rúcula e agrião, que também irão colaborar na prevenção das doenças cardiovasculares. Já grão-de-bico, quinoa, amaranto e a banana são excelentes opções como fontes de vitaminas do complexo B, a fim de aumentar a produção de serotonina e melatonina para o humor e o sono”, lista.


Da mesma forma que há alimentos que ajudam a reduzir os sintomas chatos, há aqueles que devem ser evitados. Evite os com elevado teor de sódio e gorduras trans. Substitua as gorduras saturadas pelas insaturadas, a fim de prevenir a obesidade e doenças cardiovasculares. Condimentos, gengibre, pimenta, sal e bebidas alcóolicas pioram as ondas de calor. “O sal e as bebidas alcoólicas também aumentam a retenção de líquido, que também é um sintoma comum na menopausa”, esclarece a nutricionista.


Se você é chocolólatra, notícia nada boa. Não exagere no chocolate, nem no café, o excesso pode piorar o quadro hormonal por serem ricos em metilxantina. “Um estudo realizado no Reino Unido com 914 mulheres entre 40 e 65 anos mostrou que o consumo de peixes ricos em ômega 3 como salmão, sardinha, atum pode ajudar a retardar a chegada da menopausa. Mulheres cuja dieta incluía fontes de zinco (oleaginosas, leguminosas, camarão e pescados em geral) e vitamina B6 (feijão, milho, batata) também tiveram uma menopausa mais tardia”, finaliza Cristiane de Sá.