Futebol e Cultura

Náutico campeão: homenagem a Zé da Macuca, um craque da bola e da cultura popular

Em sua carreira como atleta, José Oliveira, o Zé da Macuca, atuou em clubes de Garanhuns; no Recife, defendeu o Náutico, Sport e AABB

Zé da Macuca, no estádio dos Aflitos, com a ex-esposa e amiga Clélia Maria e o filho Rudá - Acervo pessoal

Não haveria presente maior para reverenciar o geólogo e agitador cultural José Oliveira Rocha, o Zé da Macuca, falecido na última sexta-feira (21), no Recife, do que a conquista do Campeonato Pernambucano pelo Náutico, seu clube do coração, no estádio dos Aflitos, contra o o Sport. A vitória alvirubra quebrou, neste domingo (23) histórico, um tabu de 53 anos sem vencer os rubro-negros em finais.

Se estivesse vivo e o contexto não fosse de pandemia, Zé da Macuca seria certamente mais um alvirrubro nas arquibancadas do Eládio de Carvalho, onde acompanhava religiosoamente a maioria dos jogos do Timbu. O que poucos sabem é que além de ter sido torcedor dos mais ferrenhos do Náutico, Zé da Macuca chegou a ser jogador do clube e teve uma carreira promissora como atleta de futebol na juventude. 

Seu filho, Rudá, pesquisou sobre a trajetóriaa futebolística de Zé e conta como foram os primeiros passos dele como atleta. "Era o craque do futebol, o grande jogador de sua época em Garanhuns, do campo ao salão. Mágico dos dribles e dos chutes precisos. Por muitos reconhecido como o melhor jogador da história da cidade. Por lá, atuou pelo Colégio Quinze de Novembro, pela Associação Garanhuense de Atletismo (AGA) e pelo Independente Atlético Clube (IAC), no início da década de 70", relata. 





Já no Recife, Zé da Macuca teve grande destaque no Futebol de Salão - como era chamado o futsal naquela época - sendo artilheiro e melhor jogador em edições do campeonato pernambuco, além de alcançar a seleção pernambucana para a disputa do campeonato brasileiro.

Carreira
Como jogador, Zé da Macuca atuou por diversos clubes no Recife, mas foi no time de seu coração o grande orgulho. Defendeu as trincheiras do futsal do Náutico na difícil batalha dos anos seguintes ao eneacampeonato, quando João de Deus e companhia decidiram vestir a camisa do Santa Cruz. Ainda assim, disputando contra um time estrelado, alcançou artilharias e convocações. "Pelo seu estilo de jogo ofensivo, ele certamente estará iluminando do céu os pés de Jean Carlos, Kieza, Erick e Vinícius nessa decisão", lembra Rudá. 

Zé pensou em se profissionalizar no futebol de campo, chegou a disputar amistosos como titular dividindo o meio-campo com Vasconcelos, craque alvirrubro da década 70. Mas foi orientado pelo seu irmão mais velho, Eremildo, a permanecer nos estudos, cursar a faculdade e continuar nos esportes como amador. Azar do futebol, sorte da cultura popular, que viria a ser a grande paixão da sua vida e onde se destacaria como uma das maiores lideranças e referências de Pernambuco.