CPI do Covid

'A tese da imunidade de rebanho já foi descartada há muito tempo', afirma diretor do Butantan

Dimas Covas também ressaltou que a vacina contribui para o enfrentamento da pandemia, mas que ela não vai resolver o problema imediatamente

Presidente do Butantan, Dimas Covas - Jefferson Rudy/Agência Senado

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, evitou comentar se acha que o governo do presidente Jair Bolsonaro adotou a estratégia da imunidade de rebanho para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. No entanto, rechaçou tal estratégia.

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"A tese da imunidade de rebanho já foi descartada há muito tempo", afirmou o diretor, que argumentou que alguns países europeus chegaram a adotar essa estratégia no início da pandemia, mas depois abandonaram com as novas descobertas relativas às características do novo coronavírus.
 
O diretor ressaltou que a vacina contribui para o enfrentamento da pandemia, mas que ela não vai resolver o problema imediatamente e nem abortar a terceira onda, uma vez que ainda há muitas pessoas suscetíveis, além das mutações do vírus. Por isso, defende o uso de máscaras e outras medidas não-farmacológicas.
 
JOÃO DORIA
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), interrompeu fala do senador Marcos Rogério (DEM-RO), aliado de Jair Bolsonaro, para dizer que o governador João Doria (São Paulo) não havia sido "grosseiro" em um vídeo, como acusou o governista.
 
O vídeo que integra o documentário "A Corrida das Vacinas" mostra um áudio vazado de uma conversa entre Doria e o diretor do instituto, Dimas Covas.
 
"Ele [grupo chinês] está falando com um cliente de R$ 2,5 bilhões! Só tem um cara que tá se expondo aqui: sou eu. Fundamentalmente, sou eu. Eu tô no primeiro plano dessa história. Publicamente. Ainda sofrendo ataque do Bolsonaro, bolsominion, bolso não sei do quê".
 
Rogério pediu para veicular o vídeo e alegou que a peça é uma prova de que o governador agiu politicamente e foi "grosseiro" com relação ao interlocutor chinês.

Aziz o cortou para dizer que a fala foi uma demonstração de um agende político que estava em busca de vacinas. Marcos Rogério ficou irritado e pediu a Aziz que controlasse sua "sanha".