Dirty Money

Operação prende nove membros de quadrilha suspeita de sequestros com resgates pagos em criptomoedas

Polícia detalhou segunda fase da operação - Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco

A Polícia Civil de Pernambuco detalhou em coletiva de imprensa, no Recife, nesta segunda-feira (31), a segunda fase da Operação Dirty Money (dinheiro sujo, em tradução livre), que investiga uma quadrilha suspeita de sequestros qualificados com resgates pagos em criptmoedas.

A primeira fase da operação, deflagrada no fim de abril deste ano, havia cumprido oito mandados de prisão.

Já na segunda fase, cuja deflagração ocorreu na última quinta-feira (27), foram expedidos pela 17ª Vara Criminal do Recife e cumpridos nove mandados de prisão preventiva.

As ordens judiciais foram cumpridas no Recife; no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife; na Colônia Penal Feminina, na Iputinga, na Zona Oeste da capital pernambucana; e em São Paulo.

Um dos mandados cumpridos foi em desfavor de um réu que estava foragido.

A organização criminosa é apontada pela polícia como especalista em extorsão mediante sequestro qualificado, associação criminosa armada, tortura, lesão corporal, uso de documentos falsos, receptação de veículo roubado e outros crimes correlatos.

Segunda fase
De acordo com a polícia, investigadores que seguiram com as diligências após a primeira fase da operação descobriram a co-autoria de dois seguranças patrimoniais que trabalhavam na vigilância de um empresarial no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

Um dos seguranças foi cooptado pelos sequestradores e, em seguida, apresentado ao manobrista do empresário vítima da quadrilha. O manobrista recebeu o valor de R$ 7 mil para facilitar o sequestro da vítima. 

Os dois seguranças foram indiciados pelos crimes e tiveram suas prisões representadas. O Poder Judiciário, no entanto, somente decretou a prisão de um dos seguranças pois entendeu que a participação do primeiro foi "acessória, de menor importância". 

"Chamou atenção que, na data do sequestro, a cancela do empresarial onde ocorreu o arrebatamento estava quebrada. Denotou uma facilitação para os extersores executarem a prática do sequestro", explicou o titular do Grupo de Operações Especiais (GOE), o delegado Paulo Berenguer, que completou: "Um desses seguranças era o manobrista do vitimado no fato".

Entre as informações repassadas pelos funcionários à quadrilha estão a rotina do empresário, como hora de chegada e saída e local de estacionamento.

"Em Pernambuco, todos os dez que participavam foram identificados e indiciados. É certo que há uma organização criminosa lavando dinheiro com criptomoedas e será parte uma investigação mais ampla", acrescentou o delegado. 

"O líder do grupo é um gestor financeiro com especialização em Economia e ex-estagiário de uma instituição financeira. "Tinha um bom conhecimento em investimentos financeiros. Estudaram a rotina do empresário [vítima do sequestro] para se especializar nesse tipo de crime", explicou Paulo Berenguer.  

O outro foi preso e encaminhado ao Cotel, onde permanece à disposição da Justiça.