Mourão diz que risco de realizar Copa América no Brasil é menor que na Argentina
Conmebol aponta uma influência do governo Bolsonaro para que a competição migrasse para o Brasil
O vice-presidente Hamilton Mourão disse, nesta segunda-feira (31) que, apesar de considerar que a realização da Copa América no Brasil, em meio aos mais de 462 mil mortos por Covid, traz menos riscos que na Argentina, não é possível descartá-los.
"Não é que seja mais seguro, é menos risco. Não é mais, é menos. O risco continua", disse Mourão ao ser abordado por jornalistas.
Em reunião na manhã desta segunda-feira, a Conmebol avaliou propostas e definiu Brasil como nova sede do torneio. O anúncio foi feito após encontro do conselho da entidade, no Paraguai. No noite do domingo (30), a Argentina abriu mão de sediar o torneio em razão do recrudescimento da pandemia de Covid-19 no país.
O pronunciamento da Conmebol aponta uma influência do governo Bolsonaro para que a Copa América migrasse para o Brasil.
Mourão disse ter sabido apenas no fim da manhã sobre a definição da Conmebol.
"Segundo as razões da Conmebol, é que nós temos estádio, organizamos a última, estamos com campeonato correndo aí normalmente, sem problema nenhum", afirmou.
Questionado sobre os riscos de realizar a competição no Brasil, onde as UTIs de Covid estão cheias, o vice-presidente ponderou que os estádios estarão vazios e que a dimensão territorial do Brasil é uma vantagem.
"Não tem público, né? Não tendo público, não há problema. É só dividir bem estas sedes, acabou", disse Mourão. "A vantagem nossa é a amplitude do país e a quantidade de estádios, que a gente pode dispersar este povo todo", afirmou.
"Ainda não fomos procurados, mas, se formos, não vamos permitir jogos da Copa América em Pernambuco", informou o governo.
A reportagem procurou o governo do Distrito Federal, já que Brasília também pode receber jogos, mas não houve resposta.
Procurada a Secretaria Especial de Imprensa da Presidência não se manifestou sobre as negociações para que o país sedie a Copa América e orientou que o Ministério da Cidadania fosse procurado para prestar esclarecimentos. Até o momento, não houve retorno.