Paulo Câmara informa que havia monitoramento do protesto, mas que ordem para PM não saiu de lá
"Até agora, não foi apresentada uma justificativa plausível para uma ação como aquela que a polícia militar fez", disse o governador
O governador Paulo Câmara afirmou, em entrevista à TV Globo, nesta quarta-feira (2), que as investigações para identificar quem deu a ordem para reprimir o protesto contra Bolsonaro, que ocorreu no último sábado (29), no Recife, não encontraram uma justificativa para o avanço da força policial de forma violenta sobre os manifestantes.
De acordo com o gestor, havia pessoas no centro de monitoramento no momento do protesto, mas não foram elas que deram a ordem de autorização para reprimir a passeata.
"Havia um monitoramento, como sempre ocorre em momentos como esse, com presença de vários integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil e da cúpula da Secretaria de Defesa Social, todos eles estavam atuando nessa questão, e os fatos que originaram essa ação não saíram desse centro integrado, pela informação que me foi dada pelo secretário de Defesa Social", disse Paulo Câmara.
O governador reiterou que o Estado não vai admitir que ações como as que aconteceram no último protesto realizado na capital pernambucana possam se repetir. "Isso a gente não vai poder admitir. Cenas como as que ocorreram no último sábado não podem acontecer, de maneira nenhuma, em território pernambucano", falou.
Ainda não foram identificados os policiais responsáveis por atirar em Jonas Correia (29) e Daniel Campelo (51), que foram atingidos nos olhos por balas de borracha. Daniel, que estava no centro do Recife para comprar material para trabalhar, perdeu o globo ocular. Jonas, que estava largando do trabalho e precisou passar próximo aos policiais no caminho de volta para casa, perdeu parte da visão.
Na ação, ao tentar socorrer as vítimas, manifestantes foram impedidos por tiros de borracha. De acordo com o governador, a identificação destes policiais também está sendo investigada.