Rio de Janeiro

Prédio de quatro andares desaba no Rio de Janeiro; criança e homem morreram soterrados

Ao menos 12 pessoas ficaram feridas após o desabamento

Trabalho de resgates dos Bombeiros, no Rio de Janeiro - Mauro Pimentel / AFP

Um prédio de quatro andares desabou na madrugada desta quinta-feira (3) na comunidade Rio das Pedras, no Itanhangá, zona oeste do Rio de Janeiro. Um incêndio foi registrado no local logo após o desabamento, mas já foi controlado.

O Corpo de Bombeiros confirmou, até o começo da tarde, duas mortes. As vítimas foram um homem de 30 anos e uma menina. A criança teria idade entre dois e três anos. Outras quatro pessoas feridas foram encaminhadas para atendimento médico no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.



Bombeiros, policiais militares, equipes da Defesa Civil, da Guarda Municipal e da Secretaria Municipal de Assistência Social estão no local.

Ruas da região foram interditadas para o trabalho de resgate. Ainda não há informações oficiais sobre mortes e causas do desabamento.

O prédio, localizado na esquina da rua das Uvas com a avenida Areinhas, ruiu por volta das 3h20. Antes do desabamento, testemunhas relatam terem ouvido barulho de explosão.

Prédio desabou nessa madrugada. Foto: Reprodução/Rede Globo


Inicialmente, havia relato de 12 pessoas feridas, mas a informação foi atualizada pelos bombeiros.

O caso aconteceu na mesma região da tragédia de Muzema, que deixou 24 mortos e sete feridos após dois edifícios ruírem no condomínio Figueiras de Itanhangá, em abril de 2019. A região é dominada por milícias. Os milicianos atuam com grilagem de terras em Rio das Pedras e na comunidade de Muzema.

O vereador Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou que o prédio que desabou nesta madrugada faz parte da "cidade ilegal, das milícias". "No lugar dos tapetes de cores de Corpus Christi, escombros e dor", disse, sobre o fato desta quinta ser uma data religiosa.

Em maio, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu, por meio da 1ª Vara Criminal, soltar três réus acusados pelo desabamento que matou as 24 pessoas na comunidade da Muzema, sob a alegação de excesso de prazo na prisão preventiva.

O Ministério Público do Rio de Janeiro foi contrário à revogação das prisões e alegou que não é possível falar em excesso de prazo porque o processo é complexo. "Assim, o decurso do prazo de dois anos, mormente durante período de pandemia, que já se alonga por mais de um ano, é na verdade não moroso, mas rápido", argumentou o órgão.

Atendimento
A Secretaria Municipal de Saúde informou que quatro vítimas do desabamento deram entrada em hospitais da rede municipal. Entre as três pessoas que foram levadas para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, duas delas já tiveram alta. 

Uma mulher de 28 anos permanece sob cuidados na unidade, com quadro estável. Já a mulher resgatada dos escombros e levada para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, zona sul da cidade, passa por avaliação e exames na unidade.

A Secretaria Municipal de Habitação (SMH) informou que o imóvel que desabou em Rio das Pedras, na madrugada desta quinta-feira, era irregular. De acordo com a Prefeitura do Rio, a equipe da SMH está no local para prestar o atendimento necessário às famílias.

Polícia Civil
O inquérito para apurar as circunstâncias do desabamento do prédio na comunidade Rio das Pedras que foi instaurado pela 32ª DP (Taquara) foi transferido para a 16ª DP, que é a delegacia responsável pela área onde se localiza a comunidade. Equipes da Polícia Civil estão no local para identificar testemunhas e vítimas. A perícia será realizada no local assim que os bombeiros terminarem o trabalho.

Equipes
Várias equipes de diferentes órgãos atuam no local. O trabalho é feito por agentes do Centro de Operações da Prefeitura (COR), do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, da concessionária de energia Light, da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio), da Defesa Civil e da Guarda Municipal. “Foram acionadas ainda equipes da concessionária de gás Naturgy, Comlurb, Subprefeitura de Jacarepaguá, Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (Seconserva), Secretaria de Ordem Pública, Secretaria de Infraestrutura e Secretaria Municipal de Assistência Social”, completou em nota a Prefeitura do Rio.

Ainda conforme a prefeitura, técnicos da Defesa Civil Municipal avaliam os danos que foram causados em outras quatro edificações, uma à direita e três à frente do imóvel que desabou e se serão necessárias outras interdições. A Defesa Civil faz a avaliação da estrutura dos prédios atingidos.

Também no local, a Secretaria Municipal de Assistência Social montou um ponto de acolhimento para o atendimento das famílias.