Futebol

Dirigentes pressionam por renúncia de presidente da CBF em meio à denúncia de assédio

A avaliação de cartolas ouvidos pela Folha de São Paulo é que a situação do dirigente no comando da confederação, que já era difícil, se tornou insustentável.

Rogério Caboclo - Rafael Ribeiro/CBF

 Integrantes da diretoria da CBF e dirigentes de federações estaduais tentam convencer Rogério Caboclo a renunciar à presidência da entidade. A avaliação de cartolas ouvidos pela Folha é que a situação do dirigente no comando da confederação, que já era difícil, se tornou insustentável.

Em meio às críticas pela organização da Copa América, à revolta da seleção brasileira contra sua gestão e as denúncias formais de assédio sexual protocoladas por uma funcionária, sua renúncia é esperada por dirigentes do futebol brasileiro.
Caboclo já foi contatado por pessoas próximas, que tentam convencê-lo a deixar o cargo. Ele, porém, resiste à ideia. Há uma preocupação geral sobre as variações de humor e a instabilidade emocional do dirigente, que tem tratado mal até auxiliares mais próximos.

As denúncias da funcionária, uma cerimonialista, envolvem diálogos em que ele pergunta se ela se masturba ou tenta forçá-la a comer biscoito de cachorro, chamando-a de "cadela", como revelou o GloboEsporte.com. As queixas foram apresentadas formalmente à comissão de ética da entidade nesta sexta-feira (4). Dirigentes dizem que em nenhum momento Caboclo os chamou para conversar, pedir apoio ou prestar explicação sobre nenhuma das três situações.

As denúncias já são de conhecimento da cartolagem há mais de um mês e Caboclo já havia ouvido sugestões de que deveria renunciar, mas se recusou a isso. Agora, os conselhos se tornaram mais fortes e a avaliação é de que ele não tem mais condições de continuar no cargo. Enquanto presidente, ele também não deve desistir da organização da Copa América, já que investiu enorme capital político (em Brasília e com a Conmebol) para trazê-la ao Brasil.

A avaliação é de que, se antes o presidente tentava contornar a crise do torneio continental e da seleção, agora com a denúncia, o que já era difícil se torna inviável.