Pernambuco registra alta de 8,2% no comércio varejista em abril
'O setor ainda precisa de mão de obra elevada e essas altas são numéricas e não retratam a realidade', diz economista
Pernambuco fechou o mês de abril com a maior alta no comércio varejista do ano. Com acréscimo de 8,2% no setor, o Estado teve um resultado quatro vezes maior do que o nacional, que fechou o mesmo período com alta de 1,8%. No resultado regional, Pernambuco ficou atrás apenas da Bahia, cuja elevação foi de 10,4%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta terça-feira (8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O desempenho de Pernambuco, para abril, foi bem diferente do registrado no mês de março, do qual houve uma queda de 7,4% nas vendas do comércio varejista local. Já na comparação entre abril de 2021 e o mesmo período de 2020, quando houve a maior queda da série histórica da PMC, Pernambuco alcançou um aumento de 37,3% nas vendas do comércio varejista. Em abril de 2020, a PMC registrava uma queda de 16,8% nas vendas do comércio varejista no Brasil. Foi a maior queda mensal em 20 anos.
Para o mês de abril, o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria registrou um avanço de 711% quando comparado ao mesmo mês de 2020. Segundo o IBGE, esse aumento recorde pode ser explicado pela base de comparação baixa entre os dois períodos, por conta da queda acentuada nas vendas registradas em abril do ano passado.
Outros segmentos que registraram alta foram os segmentos de veículos, motocicletas, partes e peças (241,2%) e tecidos, vestuário e calçados, com elevação de 237,2%, que também foram responsáveis em puxar todo o segmento para cima.
No entanto, de acordo com o economista Rafael Ramos, esses números são uma questão numérica. "Como a base de comparação é muito baixa, pois abril de 2020 foi o fundo do poço, ainda não é possível verificar o comércio com geração de emprego e renda. O setor ainda precisa de mão de obra elevada e essas altas são numéricas e não retratam a realidade", detalha.
Ainda segundo Ramos, em abril de 2020 foi quando a conjuntura econômica estava pior, com o começo das restrições e com as pessoas ainda sem saber consumir de maneira prática por meio da internet. "Já em abril de 2021, as pessoas estão mais treinadas no comércio online, algumas pessoas já estão vacinadas, o auxílio emergencial, mesmo que pequeno, também ajuda na conjuntura", afirma.