Ranking

Sucesso no combate à Covid faz de cidade da Nova Zelândia a melhor do mundo para morar

Auckland na Nova Zelândia, Osaka no Japão e Adelaide na Austrália são as cidades mais bem ranqueadas, segundo levantamento feito pelo Economist Intelligence Unit

Nova Zelândia foi o primeiro país no mundo a declarar-se livre da Covid - Marty Melville/AFP

Um dos primeiros países do mundo a impôr um lockdown e a fechar suas fronteiras durante a pandemia de coronavírus, a Nova Zelândia virou referência no combate à Covid-19 e reabriu sua economia antes que a maior parte do mundo. Com isso, seus habitantes já voltaram a ter uma vida mais próxima do normal.

Esse sucesso permitiu que a maior cidade do país - Auckland, com 1,4 milhão de habitantes - fosse escolhida, nesta quarta-feira (9), como o melhor lugar do mundo para se morar, segundo um levantamento feito pelo Economist Intelligence Unit (EIU, o braço de pesquisas e análises da revista britânica The Economist).

"Por causa do fechamento de fronteiras e do consequentemente baixo número de casos de Covid-19, a Nova Zelândia tem conseguido manter seus teatros, restaurantes e outras atrações culturais abertas. Estudantes seguiram indo para a escola, o que permitiu que Auckland tirasse a nota máxima em educação", afirma o relatório da nova pesquisa.

A capital neozelandesa, Wellington, também foi beneficiada pela eficácia sanitária do país e pulou para o quarto lugar do ranking. Na versão anterior, de 2019 -o levantamento não foi publicado em 2020 por causa da pandemia- nenhuma das duas cidades aparecia entre os 10 primeiros lugares.

É o oposto do que aconteceu com a antiga líder, Viena. Depois de ser eleita a melhor cidade do mundo para se morar em 2018 e 2019, a capital austríaca despencou e agora ocupa apenas o 12º. O próprio relatório aponta que a queda ocorreu por causa da segunda onda de coronavírus que atingiu grande parte da Europa, obrigando as cidades a fecharem novamente.

Assim, todo o topo do ranking passou a ser ocupado por países que não enfrentaram uma segunda onda recentemente:

AS 10 MELHORES CIDADES DO MUNDO PARA MORAR
1. Auckland (Nova Zelândia)
2. Osaka (Japão)
3. Adelaide (Austrália)
4. Wellington (Nova Zelândia)
5. Tóquio (Japão)
6. Perth (Austrália)
7. Zurique (Suíça)
8. Genebra (Suíça)
9. Melbourne (Austrália)
10. Brisbane (Austrália)

Para chegar ao ranking, o EIU analisou os dados de 140 cidades ao redor do mundo em cinco categorias: estabilidade, sistema de saúde, cultura e ambiente, infraestrutura e educação.

Cada uma delas é dividida em uma série de indicadores qualitativos e quantitativos, que foram recebidos entre 22 de fevereiro e 21 de março deste ano. Com todos esses dados em mãos, as cidades recebem então uma nota que vai de 1 a 100.

Na comparação com levantamento de 2019, a média das notas caiu 7 pontos, sendo que a categoria sistema de saúde foi a que mais caiu -um sinal de que a pandemia piorou a qualidade de vida nesses locais.

De maneira geral, a Europa foi a região mais afetada. As três cidades que mais caíram no ranking, por exemplo, ficam na Alemanha: Hamburgo (34 posições), Frankfurt (29) e Dusseldorf (28). Na sequência na lista estão a tcheca Praga (27), a irlandesa Dublin (22) e a italiana Roma (21).

Do lado oposto, os Estados Unidos -que já deram início a reabertura graças ao sucesso na vacinação- concentram os lugares que mais subiram, incluindo Honolulu (46 posições) e Houston (31).

Como o EIU não revela todas as cidades analisadas e qual é o ranking completo, não é possível saber se há brasileiras na lista e quais seriam suas posições. O que é possível dizer é que nenhum lugar do país está entre os dez piores do mundo para se morar:

AS 10 PIORES CIDADES DO MUNDO PARA MORAR
1. Damasco (Síria)
2. Lagos (Nigéria)
3. Port Moresby (Papua Nova Guiné)
4. Daca (Bangladesh)
5. Argel (Argélia)
6. Trípoli (Líbia)
7. Karachi (Paquistão)
8. Harare (Zimbábue)
9. Douala (Camarões)
10. Caracas (Venezuela)

Segundo o EIU, a atual pandemia também pode aumentar a desigualdade entre as cidades ricas -e que, portanto, devem vacinar primeiro- e as mais pobres, que estão no fim da fila da imunização.

"As condições das cidades mais pobres devem piorar ainda mais e, se as cidades não conseguirem acesso a vacinas, elas precisam se prevenir contra o aparecimento de novas variantes da Covid-19", diz o texto. "Um processo de imunização mais devagar vai resultar em um lockdown mais restritivo, afetando assim a previsão de recuperação do crescimento econômico".