OMS: nível de vacinação anticovid na Europa está longe do suficiente para evitar novo surto
"Apesar de termos chegado longe, não fomos longe o suficiente", disse o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge
O atual nível de vacinação na Europa não é suficiente para evitar um retorno da pandemia, advertiu nesta quinta-feira a unidade europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS), que pediu aos países que evitem "o erro" que provocou o aumento de casos no verão de 2020.
De acordo com a unidade Europa da OMS, que inclui 53 países e territórios, alguns na Ásia Central, 30% da população da região já recebeu ao menos uma dose de um fármaco anticovid e 17% está completamente vacinada.
"Apesar de termos chegado longe, não fomos longe o suficiente", disse o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, em uma entrevista coletiva.
"A vacinação está longe de ser suficiente para proteger a região de um novo surto. A distância até alcançar ao menos 80% de cobertura na população adulta ainda é considerável", completou.
Kluge afirmou que a região registrou uma queda geral de novos casos, hospitalizações e morte nos últimos dois meses.
Pela primeira vez desde o outono (hemisfério norte, primavera no Brasil) de 2020, na semana passada a região não superou 10.000 mortes por Covid em sete dias, segundo a OMS Europa.
Mas Kluge fez um apelo para que os países evitem o "erro" do verão do ano passado, quando suspenderam as medidas de restrição de maneira prematura.
"Durante o verão passado, os casos aumentaram gradualmente nos grupos jovens e passaram aos grupos mais velhos, contribuindo para um retorno devastador, confinamentos e perdas de vidas no outono e inverno de 2020", disse Kluge.
Ele pediu aos países que aprendam "as lições do ano passado", com uma ação rápida ante o crescimento de casos, ampliando os testes e o rastreamento de contatos, e "conseguindo rapidamente taxas elevadas de vacinação entre as populações mais vulneráveis".
Além disso, a OMS recordou sua preocupação com a circulação de novas variantes, como a Delta inicialmente detectada na Índia, que se suspeita ser mais contagiosa e mais resistente inclusive após a primeira dose da vacina.