Mãe de Paulo Gustavo compara a 'assassino' quem desobriga o uso de máscara
Humorista faleceu no dia 4 maio vítima da Covid-19
Déa Lúcia Amaral, mãe do ator e humorista Paulo Gustavo, que faleceu dia 4 de maio vítima da Covid-19, compartilhou uma mensagem que critica a desobrigação do uso de máscaras e a situação atual da pandemia no Brasil.
"Um aviso. Quem disse a você para deixar de usar a máscara durante uma pandemia descontrolada é um assassino. Saia de perto, corte relações. Não presta", dizia o tuíte da professora titular de Ética, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Deisy Ventura.
Déa Lúcia publicou a mensagem em seu Instagram, e na legenda escreveu: "Eu assino embaixo. Usem máscara amigos". Nesta quinta-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, devia publicar um parecer para desobrigar o uso de máscaras.
A medida permitiria que pessoas que já foram vacinados ou que contraíram a Covid-19 e se recuperaram saíssem sem estar usando máscara. Tal decisão contraria as recomendações de autoridades do mundo inteiro.
"Ontem pedi para o ministro da Saúde fazer um estudo sobre máscara. Quem já foi infectado e quem tomou a vacina não precisa usar máscara. Mas quem vai decidir é ele, vai dar um parecer. Se bem que quem decide na ponta da linha é governador e prefeito", disse Bolsonaro nesta sexta-feira (11). "Eu não apito nada, né? Segundo o Supremo, quem manda são eles. Mas nada como você estar em paz com a sua consciência", completou o político em discurso a jornalistas na entrada do Palácio da Alvorada antes de embarcar para uma agenda no Espírito Santo.
Despedida
Paulo Gustavo morreu dia 4 de maio, aos 42 anos, após quase dois meses internado em um hospital da zona sul do Rio, devido a complicações da Covid-19. Antes da confirmação da morte, a equipe médica já tinha classificado o quadro do humorista como irreversível.
O corpo do ator foi cremado em cerimônia restrita na tarde de 6 de maio, no Cemitério e Crematório Alto da Colina, em Niterói, no Rio de Janeiro. A cerimônia de despedida começou às 8h40 com o velório no salão nobre do crematório e terminou às 14h30 com a benção do pároco do Santuário do Cristo Redentor, padre Omar.
Durante a Missa de Sétimo Dia de Paulo, realizada nesta terça-feira (11), o médico Thales Bretas agradeceu pelos sete anos que passou ao lado do marido. "O amor é transformador e o nosso não só me evoluiu para sempre como alcançou várias famílias para sempre como exemplo de tolerância, respeito e união", avaliou.
"Tínhamos tantos planos para tantos anos que acho que é para além desta encarnação", comentou. Ele também disse que o marido o fazia se sentir o homem mais especial do planeta e revelou que no começo não acreditou que eles poderiam dar certo por serem muito diferentes. "Ele ouvia Beyoncé; eu, Marisa Monte."
Porém, depois percebeu que as diferenças só faziam ambos melhores e disse que eles tiveram um "encontro de almas". Sobre os filhos Gael e Romeu ele disse: "Prometo cuidar para sempre e transmitir tudo o que aprendi com papai Paulo".
"Te amei demais, te amo e te amarei para sempre", concluiu. "Espero ter a honra de cruzar de novo com essa luz na eternidade."