Operação

Busca por 'serial killer do DF' entra no oitavo dia e mobiliza centenas de policiais

As buscas se concentram nas cercanias de Edilândia (GO), povoado localizado no entorno do DF a pouco menos de 100 km de Brasília

Foto recente do serial killer - Reprodução/TV Anhanguera

Pelo oitavo dia consecutivo, policiais militares e civis procuram por Lázaro Barbosa de Sousa, de 32 anos, acusado de assassinar brutalmente uma família no Distrito Federal.

Conhecido como "serial killer do DF" e dono de extensa ficha criminal, ele é descrito pelas autoridades como um psicopata.

Foram mobilizadas centenas de agentes de segurança de Goiás e da capital do país. Segundos as autoridades, Sousa é experiente em se movimentar em uma região de muitas chácaras e de mata e, por isso, vem conseguindo furar o cerco policial.

"Ele conhece muito bem a área", disse o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda. "É mateiro e está fazendo esforço enorme para se esconder e fugir da polícia."

As buscas se concentram nas cercanias de Edilândia (GO), povoado localizado no entorno do DF a pouco menos de 100 km de Brasília.

Helicópteros e cães farejadores são usados na operação e barreiras foram montadas nas rodovias que cortam a região. As polícias Federal e Rodoviária Federal auxiliam no trabalho.

Miranda disse, nesta quarta-feira (16), que as chances de captura aumentam em razão do cansaço do fugitivo e da dificuldade para obter alimentos.

O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que está impressionado com o que chamou de "caçada". "São quase 300 homens da polícia do DF em Goiás que estão atrás desse marginal e não conseguem localizá-lo. Espero que isso aconteça o mais rápido possível, para que possamos tranquilizar as famílias daquela região", disse Ibaneis, durante um compromisso oficial nesta quarta.

Ibaneis afirmou ainda que Sousa faz "quase como de bobas" as forças de segurança envolvidas nas buscas.

O foragido nasceu em Barra do Alto, município baiano a pouco mais de 500 km de Salvador, onde registrou sua primeira passagem pela polícia.

No histórico de crimes atribuídos a ele, o mais recente ocorreu na semana passada, ao invadir uma chácara em Ceilândia, possivelmente para roubar, segundo apontam as investigações. Ele é acusado de ter matado um casal e dois filhos.

Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Vidal, 21, e Carlos Eduardo Vidal, 15, foram assassinados no local. Os corpos estavam sob folhas para que não fossem vistos pelas buscas aéreas da polícia.

Cleonice Andrade, 43, foi levada como refém e seu corpo foi localizado três dias depois às margens de um córrego, sem roupas. De acordo com a polícia, a vítima foi executada com tiro na nuca.

Desde então, relatos apontam que ele invadiu outras propriedades no DF e em Goiás, trocou tiros com um funcionário de uma fazenda, oubou armas e veículos e obrigou um caseiro a cozinhar e fumar maconha com ele.

Rosinaldo Pereira de Moraes, 55, chacareiro de uma fazenda onde Sousa foi flagrado por câmeras de segurança, contou ao portal Metrópoles que chegou por volta das 6h ao trabalho e se deparou com o suspeito.

"Ele estava com uma jaqueta, bermuda, uma blusa e uma botina. Estava com uma mochila nas costas, mas não vi qualquer machucado. Não havia nada aparente", disse o chacareiro ao site.

Especulou-se que Sousa teria sido baleado ao trocar tiros com o funcionário de uma outra propriedade, mas as autoridades de Goiás descartaram essa possibilidade por não identificar vestígios.

Fugindo do cerco policial, ele baleou três pessoas em uma residência em Cocalzinho de Goiás e roubou uma arma no local, segundo a SSP-GO (Secretaria de Segurança Pública de Goiás).

Além do quádruplo latrocínio (matar para roubar) em Ceilândia, é atribuída a ele uma tentativa do mesmo tipo penal em 2020, ao invadir uma chácara em Goiás para roubar e atingir um idoso com um machado.

O fugitivo possui condenação por duplo homicídio na Bahia. É considerado foragido da Justiça também por crimes de estupro, roubo à mão armada e porte ilegal de arma de fogo, acusação que à cadeia em 2013 no DF.

Após três anos, progrediu para o regime semiaberto e fugiu da cadeia. Em 2018, foi preso pela polícia de Goiás, mas conseguiu escapar novamente.

"É um psicopata", disse Miranda. O chefe da SSP-GO destacou que os trabalhos também estão voltados para a proteção e a garantia de segurança à população local.