Coronavírus

Não há previsão para a chegada da vacina da Janssen, diz secretário de Saúde de Pernambuco

Brasil deveria ter recebido três milhões de doses do imunizante nesta semana

Vacina contra Covid-19 produzida pela Janssen - Kamil Krzaczynski/AFP

Em entrevista coletiva concedida de forma remota, na tarde desta quinta-feira (17), o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, disse não haver previsão para a chegada dos lotes da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Janssen, braço farmacêutico da gigante Johnson & Johnson. 

Na semana passada, o Ministério da Saúde chegou a anunciar a entrega do imunizante, alertando, inclusive, para uma data de validade curta, até o próximo dia 27 - prazo que foi estendido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até 8 de agosto. 

Nesta semana, a fabricante anunciou que atrasaria a entrega, sem mais justificativas. E, até o momento, não há uma nova data estabelecida para a chegada desses lotes. No total, são esperadas três milhões de doses para o Brasil, divididas em três remessas. 

"Esses atrasos no cronograma do Ministério da Saúde desafiam o progresso mais célere da vacinação. No caso da Janssen, não há previsão para chegada da vacina. Disseram que seria na terça (15), hoje já é quinta e não há previsão. Tem havido frustrações nessas previsões”, lamentou Longo.  

"Tínhamos a expectativa nessa semana de receber Pfizer, CoronaVac e AstraZeneca, até segunda-feira (21). O Ministério da Saúde fez um comunicação, então, de que não viria mais AstraZeneca, pois precisaria guardar para a segunda dose, em julho”, completou, dizendo que essas mudanças no cronograma de entregas impedem previsões mais exatas acerca do andamento da vacinação. 

Esquema montado
Embora a recomendação inicial do Ministério da Saúde tenha sido para utilização da vacina da Janssen somente nas capitais, o Governo de Pernambuco decidiu utilizar o imunizante também em municípios do interior, sobretudo nos locais onde estão ocorrendo mais registos de casos de Covid-19. 

Além do Recife, receberão doses da Janssen Garaunhus e Caruaru, no Agreste, além de Arcoverde, Serra Talhada e Afogados da Ingazeira, no Sertão. 

"A ideia foi amplamente discutida com os municípios para acelerar a vacinação com dose única nos municípios das gerências regionais em maior dificuldade no momento”, explicou o titular da SES-PE. 

Segundo ele, os demais municípios que não receberão doses da Janssen terão suas cotas compensadas com as demais vacinas que estão sendo utilizadas no País - Pfizer/BioNTech, AstraZeneca/Oxford/Fiocruz e CoronaVac/Butantan. 

"Uma dose da vacina da Janssen conta como duas das outras (por ser de dose única). Não é desejável que haja interrupção no processo de vacinação em nenhuma cidade. A Janssen vai acelerar bastante o processo de vacinação nessas cinco cidades (do interior). Será quase 20% de cobertura populacional nas cidades do interior. No Recife, está previsto para cobrir 6,8% da população entre 18 e 59 anos”, completou Longo.  

Sputnik V
Com quatro milhões de doses adquiridas junto ao Fundo Soberano Russo, responsável por administrar as negociações da vacina Sputnik V, Pernambuco, assim como outros estados, está tentando sanar pendências junto à Anvisa para poder receber o imunizante. 

"Demos passos largos em relação aos estudos necessários e temos nos reunido com diretores da Anvisa para o termo de compromisso que vai ser firmado com os estados importadores. Há questões ainda que precisam ser resolvidas pelo lado russo junto à Anvisa”, disse o secretário, afirmando existir a possibilidade de as primeiras doses dessa vacina chegarem na primeira quinzena de julho. 

Em princípio, Pernambuco poderá exportar somente uma quantidade equivalente a 1% da população do Estado, respeitando as regras impostas pela Anvisa.