Saiba os fatores que podem intensificar a asma e formas de controlar a doença
Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, aproximadamente 20 milhões de brasileiros possuem asma
A pandemia causada pelo novo coronavírus intensificou preocupações relacionadas a outras doenças, especialmente aquelas que podem agravar o quadro de quem contrai a Covid-19. É o caso da asma, infecção causada por inflamação das vias aéreas ou brônquios e que tem entre seus principais sintomas a tosse, falta de ar ou dificuldade para respirar, chiado e sensação de aperto no peito.
O médico Thiago Matos, pneumologista do Hospital Jayme da Fonte, explica que pessoas com quadros graves de asma fazem parte do grupo de risco para a Covid especialmente porque ambas as doenças podem levar a sintomas respiratórios críticos. “Pacientes asmáticos graves que necessitam de quantidade maior de drogas e que têm sintomas persistentes no dia a dia, associados a crises com necessidade de internação hospitalar, são os pacientes asmáticos que podem evoluir com um quadro mais grave de Covid”, detalha.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, aproximadamente 20 milhões de brasileiros possuem algum tipo de asma. “A asma é uma doença bastante heterogênea e na atualidade falamos de fenótipos, que são grupos com características clínicas e epidemiológicas semelhantes, dentre eles: asma alérgica de início na infância, asma não-alérgica, asma de início tardio e asma relacionada à imunoglobulina”, comenta Matos.
Formas de Tratamento e Prevenção
Hoje, aliás, é celebrado o Dia Nacional de Controle da Asma e, como destaca Thiago Matos, há medidas essenciais que precisam ser observadas pelos pacientes. “O controle da asma envolve medidas comportamentais, higiene ambiental, o uso regular de medicação inalatória, acompanhamento com médico pneumologista, dentre outras”, pontua.
A educadora física Rayane Arruda, especialista em treinamento de força para saúde, destaca que a prática de atividades físicas pode ser benéfica aos pacientes asmáticos desde que haja recomendação médica. “Há um tempo atrás era mais comum a prescrição de musculação e pilates para este público, mas hoje estudos sugerem também esportes como natação, dança, corrida leve, entre outros”, elencou. É necessário também, acrescenta, avaliar progressão e controle do esforço, observando se há o aparecimento de sintomas durante as atividades.
Com prescrição e realizados de forma correta, os exercícios podem auxiliar a vida dos pacientes. “Estudos sugerem que exercícios físicos sistematizados melhoram o condicionamento físico, cardiorrespiratório e tem ação anti-inflamatória. Ajudam no controle do peso corporal e melhora do sono, além da diminuição do uso de drogas e sensação de bem estar. A melhora na condição física de maneira geral permite que o asmático suporte com mais tranquilidade os agravos da saúde, pois aumenta sua resistência, fornecendo-lhe reservas para uma possível crise obstrutiva”, explica Rayane.
Qualidade de Vida
A dona de casa Miriam Tinin, 48 anos, convive com a asma desde a infância e iniciou as atividades físicas por orientação médica. “Tenho asma desde os meus 10 anos, faço tratamento com medicamentos há 22 anos e, por recomendação do meu pneumologista, eu pratico caminhada há mais de 10 anos”, contou. O exercício, destaca, melhor a sua qualidade de vida: “Quando eu caminho, sinto que minha saúde e minha respiração melhoram. Me sinto mais forte para falar. Sinto como se meu pulmão ficasse mais leve”, conclui.