Justiça

Bill Cosby tem condenação por agressão sexual anulada nos EUA

A defesa de Cosby sempre negou as acusações e as alegações semelhantes feitas contra ele por mais de 60 mulheres pelo mesmo motivo

Bill Cosby foi acusado de assédio por 60 mulheres - Mark Makela / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AF

O comediante americano Bill Cosby, 83, teve a sua condenação por agressão sexual anulada pela Suprema Corte do estado americano da Pensilvânia.

Cosby, que interpretava uma figura paterna amável no sucesso televisivo "The Cosby Show" nos anos 1980, foi considerado culpado de drogar e abusar sexualmente de Andrea Constand, uma ex-administradora da Universidade Temple, em sua casa na cidade de Filadélfia, em 2004. O comediante cumpriu mais de dois anos da sentença.

A defesa de Cosby sempre negou as acusações e as alegações semelhantes feitas contra ele por mais de 60 mulheres pelo mesmo motivo.

Os ataques teriam acontecido entre 1960 e 2000.

Segundo a revista People, a sentença do tribunal proferida nesta quarta-feira (30) afirma que Cosby "deve ser libertado [da prisão] e qualquer processo futuro sobre essas acusações em particular deve ser barrado".

No final do mês de maio, Cosby teve sua liberdade condicional negada. Ele iria deixar a prisão obedecendo algumas restrições que seriam impostas pela Justiça, segundo o site TMZ.

 

Cosby teria desrespeitado alguns pontos essenciais para que pudesse ter a liberdade condicional. Ainda segundo o site, o ex-ator não participou de um tratamento para agressores sexuais. Andrew Wyatt, porta-voz do comediante, disse que ele não ficou surpreso com a decisão.

Segundo Wyatt, membros do conselho de liberdade condicional já tinham avisado ao comediante que se não se submetesse ao tratamento para agressores sexuais, não teria permissão. No entanto, Cosby já acreditava que a Suprema Corte do estado da Pensilvânia iria anular a decisão e fazer um novo julgamento.

O porta-voz já disse à ABC News que vai buscar Cosby na prisão em poucas horas nesta quarta-feira.
 

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O primeiro testemunho público de Constand sobre as agressões foi em 2017. "Queria que parasse", explicou ela na época, relatando o que lhe passou pela cabeça na noite de janeiro de 2004, segundo o seu depoimento.

Minutos antes, Bill Cosby, que havia convidado-a para jantar em sua casa de Cheltenham, pediu que tomasse três comprimidos para "relaxar".

Meia hora depois, a ex-jogadora de basquete, na época com 30 anos, não conseguia falar normalmente ou se levantar e via tudo duplicado.

Após uma breve perda de consciência, acordou e viu Bill Cosby com as mãos em suas partes íntimas. "Tentava mexer as mãos, as pernas, mas estava paralisada", explicou com a voz falhando.