Violência

Roberta Nascimento, mulher trans queimada no Recife, tem o segundo braço amputado

Ela passou por nova cirurgia nesta quarta-feira (30)

Tentativa de homicídio ocorreu nas proximidades do Terminal do Cais de Santa Rita - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

O Hospital da Restauração (HR) confirmou na tarde desta quarta-feira (30) a amputação do braço direito de Roberta Nascimento, de 33 anos, mulher trans que teve 40% do corpo queimado por um adolescente na semana passada, no Cais de Santa Rita, no Centro do Recife.

De acordo com a assessoria de comunicação do hospital, a cirurgia encerrou por volta das 16h30 desta quarta. Roberta teve o braço amputado na altura do cotovelo e, após a operação, retornou à Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Ainda segundo a assessoria do HR, o quadro permanece grave e ela deve regressar à enfermaria de queimados nesta quinta-feira (1º).

No último sábado (26), Roberta Nascimento já havia passado por uma cirurgia para amputação do braço esquerdo. Em coletiva de imprensa na segunda-feira (28), o médico Marcos Barreto, chefe do setor de tratamento de queimados do HR, informou que todas as queimaduras sofridas foram de 3º grau.

Investigação do Ministério Público

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informou, nesta terça-feira (29), que investigará o caso. A ação será acompanhado pelo Núcleo de Direitos LGBT, sob a coordenação da promotora de Justiça Carolina de Moura Pontes.

Segundo o órgão, a instituição atuará para formular e implementar “ações institucionais” com o objetivo de garantir os direitos à liberdade de orientação sexual e à identidade de gênero. Em comunicado enviado à imprensa, a promotora descreveu a agressão como ato infracional semelhante a transfeminicídio, “na modalidade tentada e qualificado pelo motivo torpe”.