Economia

Desligamentos por morte na educação mais do que dobram no início de 2021, aponta Dieese

O setor respondeu por 4,2% dos desligamentos por esse motivo no País

Sala de aula vazia - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

O número de desligamentos por morte do profissional na área de educação cresceu 128% nos primeiros quatro meses de 2021, indica levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) nesta semana.

Ao todo, foram 1.479 contratos de trabalho extintos por óbito de janeiro a abril de 2021 - um crescimento de 128% na comparação com  o mesmo período de 2020, quando houve 650 registros de desligamento por esse motivo.

O setor respondeu por 4,2% dos desligamentos por esse motivo no País. 

Nos primeiros quatro meses de 2021, a quantidade de desligamentos de trabalhadores por morte no Brasil aumentou 89%, saindo de 18.580 para 35.125, em todas as áreas.

No recorte por estados na área de educação, Rondônia, Amazonas e Mato Grosso apresentaram os maiores crescimentos no número de desligamentos por morte em 2021, na comparação com o mesmo período de 2020.

Os três estados também têm as maiores taxas de mortalidade por Covid-19 até junho de 2021.

Entre as diferentes ocupações do setor de educação, os profissionais do ensino professores e coordenadores foram os que mais tiveram vínculos encerrados por morte: 612 em 2021. 

Os trabalhadores dos serviços – que apoiam as atividades dos professores - formaram o segundo subgrupo mais afetado, com 263 desligamentos por morte. Pertencem a esse grupo faxineiros, porteiros, zeladores e cozinheiros. 

Entre os profissionais da educação, os professores com ensino superior, que dão aulas no ensino médio, tiveram o maior aumento no número de desligamentos por morte. No início de 2021, essa quantidade mais que triplicou em relação a 2020. 

O número de contratos extintos por morte entre professores de nível médio que atuam na educação infantil e fundamental também teve grande aumento: 238% nos quatro primeiros meses de 2021.

Em Pernambuco, o número saltou de 17 em 2020 para 34 em 2021, o correspondente a 100% de aumento.