Rússia bate novo recorde de mortes pelo coronavírus
O país tem enfrentado um aumento no número de mortes pelo vírus
A preocupação aumenta no mundo sobre o risco de uma nova onda da pandemia provocada pela variante Delta, com a Rússia batendo, neste sábado (3), um novo recorde de mortes, enquanto Indonésia e Portugal voltaram a adotar restrições.
A situação também é preocupante no Irã, onde o presidente alertou sobre uma quinta onda da pandemia de covid-19, que matou quase quatro milhões de pessoas em todo o mundo desde seu aparecimento, no final de dezembro de 2019.
Atingida duramente pela variante Delta, a Rússia registou hoje um novo recorde diário de mortes pelo quinto dia consecutivo, com 697 óbitos nas últimas 24 horas. O número de novos casos foi de 24.439, o maior desde meados de janeiro.
A epidemia de coronavírus voltou a ganhar força em meados de junho no país, em um cenário de lenta campanha de vacinação, embora o Kremlin tenha rejeitado a ideia de confinamento.
Ainda na Europa, Portugal, também confrontado com a variante Delta, decidiu restabelecer o toque de recolher noturno a partir de sexta-feira em 45 municípios, incluindo Lisboa. Quase metade dos dez milhões de portugueses estão sujeitos a ele.
Já a chanceler alemã, Angela Merkel, expressou sua preocupação sobre o número de espectadores autorizados a assistir às semifinais e à final da Eurocopa no Reino Unido, onde as contaminações devido à variante Delta estão aumentando.
Novas restrições na Indonésia
A pandemia se acelerou esta semana em todas as regiões do mundo, exceto na América Latina.
Na Ásia, restrições estritas entraram em vigor na Indonésia neste sábado, em meio a uma onda sem precedentes de infecções.
O país, que registrou hoje um novo recorde de casos diários - 27.913 — e 493 mortes (ante 539 na sexta-feira), impôs confinamento parcial na capital Jacarta, na ilha de Java e em Bali.
Milhares de soldados e policiais estavam nas ruas neste sábado para fazer cumprir as novas medidas, e centenas de postos de controle foram montados, enquanto mesquitas, restaurantes e shoppings foram fechados.
Essas "restrições emergenciais", anunciadas esta semana pelo presidente Joko Widodo, serão aplicadas até 20 de julho, enquanto a situação sanitária colocou o sistema de saúde indonésio à beira da asfixia.
Tendas de campanha estão sendo montadas em estacionamentos para cuidar de pacientes, corredores de hospitais transbordam de doentes em macas e alguns são recusados, obrigando as famílias a procurar cilindros de oxigênio para cuidar de seus entes queridos em casa.
"As restrições mais rígidas chegaram tarde demais", lamentou Maya Puspita Sari, moradora de Jacarta. "O vírus está se aproximando. É assustador".
Ameaça de quinta onda no Irã
No Irã, igualmente afetado, o presidente Hassan Rouhani alertou neste sábado contra uma "quinta onda" do coronavírus, causada pela variante Delta, conclamando os cidadãos a respeitarem integralmente as instruções de saúde.
"Tememos estar a caminho de uma quinta onda em todo o país", disse Rohani em reunião do Comitê Nacional de Luta contra o vírus.
País do Oriente Médio mais afetado pela Covid-19, o Irã enfrenta desde o final de março o que as autoridades apresentam como uma "quarta onda" da epidemia.
A doença já matou mais de 84.000 pessoas de um total de mais de 3,2 milhões de infectados, de acordo com os últimos dados oficiais, em grande parte subestimados pelas próprias autoridades.
Em Fiji, as autoridades alertaram para o aumento das mortes causadas pela covid-19, já que um surto da variante Delta ameaça sobrecarregar o sistema de saúde do arquipélago do Pacífico Sul.
"O aumento constante no número médio de casos diários, combinado com outros indicadores, prenuncia um aumento no número de casos diários, hospitalizações e mortes nas próximas semanas", disse o ministro da Saúde, James Fong.
A situação também é muito preocupante na África, onde, alertou a OMS, "todos os recordes estabelecidos em picos anteriores" foram quebrados.
A África do Sul, país mais afetado pelo novo coronavírus no continente, registrou um recorde de 24 mil novas infecções na sexta-feira, ultrapassando um total de dois milhões de casos, segundo dados oficiais.