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Sobe para 27 o número de mortos em prédio que desabou na Flórida

Grande parte do prédio Champlain Towers South em Surfside, Flórida, desabou na madrugada de 24 de junho

Desabamento de parte de prédio na Florida, nos EUA - JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Três corpos foram encontrados nesta segunda-feira (5) entre os escombros do prédio que desabou na Flórida, o que eleva para 27 a quantidade de mortos, e as chances de encontrar sobreviventes são "quase zero", segundo um socorrista. 

Grande parte do prédio Champlain Towers South em Surfside, Flórida, desabou na madrugada de 24 de junho, em uma das maiores catástrofes urbanas dos Estados Unidos.

Com a aproximação da tempestade Elsa, cujos ventos fortes poderiam destruir o que restou de pé do prédio e colocar em risco os socorristas, as autoridades decidiram derrubá-lo por completo no domingo com uma explosão controlada.

"Desde 01h00 (02h00 no horário de Brasília), as buscam foram totalmente retomadas" e áreas que antes eram inacessíveis foram alcançadas, informou a prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine.

Com os três corpos encontrados pela manhã, segundo as autoridades, o saldo do desastre é de 27 mortos e 118 desaparecidos.

Onze dias depois da tragédia, as chances de encontrar sobreviventes são de "quase zero", disse Golan Vach, especialista que faz parte de uma das equipes israelenses que estão no local, à rede Local 10.

"Tentamos ser otimistas, mas também somos realistas", acrescentou.

"As circunstâncias que vimos são muito difíceis para dizer, profissionalmente, que temos uma boa chance de encontrar alguém com vida", lamentou Vach.

Apenas um sobrevivente, um adolescente, foi retirado dos escombros nas primeiras horas das operações de resgate. Mais ninguém foi encontrado com vida, apesar da mobilização dos socorristas, que vieram de todo os Estados Unidos, e também de Israel e do México.

Entre os desaparecidos, estão dezenas de latino-americanos de países como Argentina, Colômbia, Paraguai, Chile e Uruguai.

Ampliar a busca

A prefeita Levine explicou no domingo que "derrubar o edifício de maneira controlada era fundamental para expandir a operação de busca".

Segundo ela, as equipes já não conseguiam aprofundar mais os trabalhos, devido ao risco de desabamentos.

O presidente Joe Biden visitou o local na quinta-feira e se encontrou com familiares das vítimas, que improvisaram um memorial sobre uma cerca de metal repleta de fotos dos mortos e desaparecidos, decorada com flores e velas.

Os sobreviventes informaram que foram acordados por volta de 1h30 do dia do desabamento, pelo que pareciam trovões que sacudiram seus apartamentos.

As equipes de emergência chegaram pouco depois do colapso e conseguiram ajudar a retirar dezenas de moradores. 

Embora tenha sido levantada a hipótese de falha na manutenção do prédio, ainda não há uma resposta clara sobre a causa do desabamento.

"Não temos provas sólidas do que aconteceu", disse Biden na quinta-feira, ressaltando que existem "várias perguntas".

Entre as dúvidas, o presidente americano mencionou a manutenção e a estrutura do edifício, as obras de construção próximas e o aumento do nível da água.

Um relatório de 2018 publicado por funcionários da cidade revelou temores de "danos estruturais importantes" no complexo.