Futebol Internacional

Espanha-Itália, 'tiqui-casta' contra 'renascimento' nas semifinais da Eurocopa

Primeiro finalista sairá da partida que acontece às 16h desta terça (6)

Itália tem se reerguido nos últimos anos - Justin Tallis/AFP

'Tiqui-casta', a evolução do jogo de passes espanhol, contra o 'renascimento' italiano, com o futebol ambicioso proposto pelo seu treinador Roberto Mancini. 

A primeira semifinal da Eurocopa traz duas seleções tradicionais de volta ao primeiro plano no Estádio de Wembley, na Inglaterra, às 16h desta terça-feira (6), depois de se adaptarem aos novos tempos. Quem passar, enfrenta o vencedor de Inglaterra x Dinamarca, que acontece na quarta (7), também às 16h, em Wembley. 

Vítima nas campanhas da Euro de 2008 e 2012, e algoz nas oitavas de 2016, a Itália enfrenta a Espanha pela quarta vez consecutiva no torneio europeu. Desta vez o duelo será diante de mais de 60 mil torcedores no templo do futebol inglês, apesar da pandemia. 

"É muito injusto não termos metade do estádio cheio de torcedores italianos e a outra metade de espanhóis", disse Mancini sobre as restrições de viagem, de modo que praticamente só haverá residentes do Reino Unido em Wembley.

32 jogos sem derrota
Este duelo de 2021 tem pouco a ver com as quartas de final de 2008, quando a Espanha quebrou sua maldição ao derrotar a Itália nos pênaltis, ou com a final de 2012, vencida por 4x0 pela 'Roja', uma obra-prima que fechou aquela era dourada de três títulos consecutivos, incluindo a Copa do Mundo de 2010. 
 

Também não tem a ver com a vitória por 2x0 nas oitavas da Eurocopa da França-2016, com a Espanha já decadente e uma Itália que foi superior tendo o técnico Antonio Conte no comando.

Desde então, nenhuma das duas tradicionais seleções viveu seus melhores dias. A tetracampeã mundial Itália sequer se classificou para a Copa do Mundo de 2018, pela primeira vez em 60 anos, enquanto a Espanha perdeu nas oitavas de final nos pênaltis para a anfitriã Rússia. 

Mas ambas conseguiram se reerguer rapidamente. A Itália passou a ser comandada por Mancini e tem a incrível sequência de 32 jogos sem derrota (desde setembro de 2018). E o mais surpreendente: com um futebol sedutor.

"Somos líderes na posse de bola, mas eles são uma seleção que também também consegue fazer uso e desfrutar a bola. Essa será a primeira batalha a ser conquistada", disse o técnico espanhol Luis Enrique. 

Na defesa, a Itália conta com os 'irmãos' Giorgio Chiellini e Leonardo Bonucci, de 36 e 34 anos, amparados pelo fenômeno Gianluigi Donnarumma no gol. No meio, Jorginho distribui o jogo enquanto que a classe fica por conta de Marco Verratti. 

"São dois fenômenos que fazem a equipe se mexer. Mancini nos deu uma mentalidade de campeões. Somos parecidos com a Espanha em termos de qualidade de jogo", analisou Nicolo Barella, que completa o triângulo no meio do campo. 

E no ataque, as opções se multiplicam, com Ciro Immobile, Federico Chiesa e Lorenzo Insigne, autor de um gol na vitória sobre a Bélgica.

Desfalques dos dois lados 
Mancini não poderá contar com um de seus jogadores de maior destaque, Leonardo Spinazzola, um foguete pela esquerda, que rompeu o tendão de Aquiles contra a Bélgica e ficará afastado por vários meses. A previsão é de que Emerson Palmieri o substitua, jogador que quase não entrou em campo pelo Chelsea nesta temporada. 

A Espanha, com menos brilho no torneio, chega às semifinais com um estilo evoluído que alguns apelidaram de 'tiqui-casta', a mistura entre seu tradicional jogo de passes (tiqui-taca) e o sacrifício envolvido na abordagem de seu treinador Luis Enrique, com pressão sufocante em todo o campo.

Eles mostraram que chegaram em um grande momento, mas nós também. O importante é sermos nós mesmos", disse o atacante espanhol Mikel Oyarzabal. 

A 'Roja' não poderá contar com o atacante Pablo Sarabia, que se lesionou contra a Suíça nas quartas de final, confirmou Luis Enrique, na segunda-feira (5). Seu lugar poderá ser ocupado por Dani Olmo. 

Álvaro Morata vai voltar a liderar o ataque, e vai enfrentar seus companheiros de Juventus, Chiellini e Bonucci, mais um indicativo de que Itália e Espanha são duas seleções que se conhecem muito bem e vão lutar por uma vaga na grande final, no domingo, dia 11 de julho, também em Wembley.