Cannes volta com cineastas consagrados no 1º festival da pandemia
O festival, que não foi realizado no ano passado devido à pandemia, deseja recuperar o tempo perdido
Com o musical "Annette", Adam Driver e Marion Cotillard abrirão nesta terça-feira (6) o Festival de Cannes, que programou o maior número de filmes em sua mostra oficial em comparação com as últimas edições, apesar das rígidas condições sanitárias.
A Palma de Ouro será disputada por cineastas renomados, como o americano Wes Anderson, o holandês Paul Verhoeven, o iraniano Asghar Farhadi e diretores que já receberam o prêmio máximo em Cannes, como o italiano Nanni Moretti e o tailandês Apichatpong Weerasethakul.
O festival, que não foi realizado no ano passado devido à pandemia, deseja recuperar o tempo perdido: 24 filmes, rodados antes e durante a pandemia, estão na mostra oficial - o maior número dos últimos anos.
O evento começará com o primeiro filme em inglês do francês Leos Carax, um musical com o americano Adam Driver e a francesa Marion Cotillard.
Alívio e excitação
"A covid continua aí, mas estar presente no retorno do festival é um grande sentimento de alívio e excitação", disse Driver à AFP.
"Annette" é "perfeita" para abrir o festival, pois "convida os espectadores a vibrar com um grande espetáculo", disse Cotillard, que, ao lado de Driver, interpreta um casal de famosos cercado de glamour até que tudo muda.
O filme de Carax tem sua origem em 2013, justamente em Cannes, onde o diretor francês encontrou o grupo californiano Sparks, formado pelos irmãos septuagenários Ron e Russell Mael Sparks. Carax expressou sua admiração, e o duo decidiu enviar ao cineasta seu álbum que estava em preparação.
Do encontro nasceu "Annette", com roteiro e trilha sonora da banda que marcou a cena alternativa desde os anos 1970.
"Annette" é um dos filmes na disputa para suceder ao sul-coreano "Parasita" (vencedor de Cannes em 2019). A Palma de Ouro será anunciada em 17 de julho pelo júri presidido pelo cineasta americano Spike Lee, o primeiro afro-americano no posto.
O Brasil marca presença em Cannes com dois curtas-metragens na disputa pela Palma de Ouro do segmento e com o diretor Kleber Mendonça Filho como um dos integrantes do júri.
"Assistimos a muitos filmes brasileiros de qualidade, e a presença do cineasta é uma maneira de prestar homenagem ao cinema do Brasil e ao país duramente afetado pela pandemia", afirmou na segunda-feira o delegado-geral do Festival, Thierry Frémaux.
Paralelamente, o Festival concederá nesta terça-feira a Palma de Ouro honorária à atriz e diretora Jodie Foster, que compareceu a Cannes pela primeira vez ainda adolescente, há 45 anos, para apresentar "Taxi Driver", de Martin Scorsese. Nele, contracenou com Robert De Niro.
As celebridades poderão tirar a máscara e posar para as câmeras no tapete vermelho, mas a organização do festival estabeleceu estritas condições de acesso. Europeus vacinados, ou com imunidade natural, devem apresentar o documento de saúde reconhecido pela UE, enquanto os demais participantes devem ser submetidos a um teste de PCR a cada 48 horas. As salas não terão, no entanto, limite de capacidade.