Pernambuco

Deputadas e vereadores articulam "frente popular" em defesa dos direitos das pessoas trans

Objetivo do grupo é criar propostas de políticas públicas para população LGBTQIA+. Em menos de 15 dias, duas mulheres foram vítimas de violência.

Ato contra o transfeminicídio foi realizado no dia do Orgulho LGBTQIA+ - Paullo Allmeida / Folha de Pernambuco

Em menos de 15 dias, duas mulheres trans foram vítimas de crimes brutais no Recife. A primeira delas teve 40% do corpo queimado, no Centro da cidade, no dia 24 de junho, e a segunda foi assassinada com um tiro, no bairro da Várzea, na última segunda-feira.

Em resposta à repercussão desses casos, parlamentares da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e de Câmaras municipais da Região Metropolitana articulam uma “frente popular” em defesa dos direitos da população transgênero.

A criação do grupo foi definida nesta terça-feira (6), após uma reunião on-line entre mandatários e representantes de movimentos ligados a pessoas trans.

Segundo a codeputada Robeyoncé Lima, das Juntas (Psol), que participou do encontro, o objetivo é reunir deputados e vereadores que defendam a adoção e criação de políticas políticas voltadas para essa população.

"Não tem a oficialidade de uma frente parlamentar, até porque a gente está no mês de julho e as casas parlamentares estão em recesso. Mas nada impede que a gente trabalhe em uma frente ampla com organizações da sociedade civil para cobrar demandas em relação aos direitos da população LGBTQIA+”, explicou.

A frente será composta, além das Juntas, pelos vereadores Ivan Moraes (Psol), Dani Portela (Psol) e Cida Pedrosa (PCdoB), do Recife; Vini Castelo (PT), de Olinda; e Flávia Hélen (PT), de Paulista.

Entre as propostas debatidas durante a reunião, estava a construção de uma casa-abrigo para pessoas LGBTQIA+. “Estamos elaborando um documento com propostas concretas”, disse a codeputada Robeyoncé Lima.

Ainda nesta terça, a Polícia Civil informou que o delegado Victor Meira, da 4ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), é o responsável pelo inquérito que investiga a morte da cabeleireira Crismilly Pérola, 37, baleada na comunidade Beira-Rio, no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife.

Por nota, a corporação disse que não adiantará mais informações sobre as diligências “para não atrapalhar o andamento das investigações”.