Nova York declara emergência por armas de fogo e aprova leis para limitá-las
Nova York se tornou nesta terça-feira (6) o primeiro estado dos Estados Unidos a declarar uma emergência causada pela violência gerada por armas de fogo, e aprovou duas leis que limitam sua venda e responsabilizam seus fabricantes pelas consequências dos atos cometidos com elas.
"A única indústria nos Estados Unidos da América que está imune a processos judiciais são os fabricantes de armas, mas não vamos mais defender isso", disse o governador Andrew Cuomo ao assinar a norma que acaba com a imunidade dos fabricantes em ações judiciais, em um momento em que o crime está em alta em Nova York e no resto do país.
Cuomo também ratificou outra lei que proíbe a venda de armas a pessoas com restrições na justiça por terem cometido um delito grave ou crime, "fechando o destrutivo vazio legal (da era do ex-presidente republicano Donald) Trump", acrescentou.
A declaração de emergência considera a violência armada no estado de Nova York uma crise de saúde pública e permite a canalização de recursos do estado para as comunidades mais afetadas para lidar com o problema imediatamente, explicou Cuomo em um comunicado.
“Se olharem os números mais recentes, há mais pessoas morrendo por armas de fogo e crimes do que por covid. É um problema nacional que devemos enfrentar, porque nosso futuro depende disso”, declarou o governador. “Assim como com a covid, Nova York vai dar um exemplo para o resto do país com uma abordagem global”, acrescentou.
A nova estratégia prevê a criação de um escritório de prevenção da violência com armas de fogo e exige que as delegacias de polícia compartilhem informações sobre os incidentes para localizar as áreas mais problemáticas semanalmente e distribuam recursos onde for mais necessário.
Além disso, inclui um investimento de mais de 138 milhões de dólares em programas de intervenção e prevenção. Uma nova unidade da polícia estadual tentará impedir o contrabando ilegal de armas de outros estados para Nova York e fortalecerá a colaboração com a Faculdade John Jay de Justiça Criminal para ajudar as cidades a implementar reformas policiais.
A violência armada aumentou em Nova York e no resto do país desde o verão de 2020, após os primeiros meses de confinamento devido à pandemia. Os homicídios aumentaram em 30% nas grandes cidades no ano passado, segundo os republicanos devido à negligência dos governantes democratas.
O presidente Joe Biden também introduziu medidas para limitar as armas de fogo, em 23 de junho, mas no nível federal o Congresso está profundamente dividido sobre o assunto e os democratas tem dificuldades para fazer a agenda avançar.