Roberto Dias sugere que deputado Luis Miranda está por trás das acusações contra ele
O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias enviou uma nota para a imprensa dizendo haver interessados em acusá-lo e consequentemente provocar a sua exoneração.
Ao ser questionado por senadores na CPI da Covid, nesta quarta-feira (7), sobre quais seriam os possíveis interessados, ele deu a entender que se trava do deputado Luis Miranda.
"Eu estou tentando descobrir a quem interessa tudo isso, todo esse ciclo fecha no deputado Luis Miranda".
Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, e o irmão, deputado Luis Miranda, denunciaram que Roberto Dias teria feito uma pressão atípica para agilizar o processo de compra da Covaxin.
Motivo da demissão
Em depoimento à CPI da Covid, Dias contrariou versão apresentada pelo Ministério da Saúde para a sua exoneração.
No fim da tarde de terça-feira (29), o jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem com a denúncia do policial militar Luiz Paulo Dominghetti de que Dias teria pedido propina de US$ 1 por dose de vacina, para avançar a negociação para a compra de 400 milhões de doses da Astrazeneca.
O Ministério da Saúde exonerou Dias após a publicação da reportagem. No entanto, em nota, afirmou que a decisão pela exoneração se deu na manhã daquele mesmo dia, indicando que não haveria relação entre os fatos.
"O Ministério da Saúde informa que a exoneração de Roberto Dias do cargo de Diretor de Logística da pasta sairá na edição do Diário Oficial da União desta quarta-feira (30). A decisão foi tomada na manhã desta terça-feira", informou o ministério na ocasião.
Dias, por sua vez, disse que a exoneração se deu exclusivamente por causa das denúncias.
"Minha exoneração se deve a esse fato esdrúxulo e inexistente de um dólar", afirmou.