Itália e Inglaterra fazem final inédita de Eurocopa neste domingo em Wembley
A renovada seleção italiana quer fazer valer a tradição campeã, enquanto ingleses sonham com histórico título em casa; Na história do confronto, a vantagem é da Itália
Redenção italiana ou a "volta para casa" dos ingleses? Os destinos serão selados após o desfecho da grande final da Eurocopa, entre Itália e Inglaterra, que se enfrentam neste domingo (11), às 16h, no estádio de Wembley, na Inglaterra, um confronto que já está na história, pois as duas seleções jamais se enfrentaram em uma final de competição internacional. Do lado italiano, a vitória nos pênaltis diante da Espanha garantiu a vaga na decisão, enquanto do lado inglês, uma vitória polêmica na prorrogação contra a Dinamarca permitiu a disputa pelo troféu.
As duas seleções possuem histórico recente parecido. Ambas caíram na fase de grupos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil e precisaram passar por uma transição de gerações. Do lado italiano, o processo foi complicado, pelo apego ao elenco campeão mundial de 2006, mas do lado inglês, uma geração vitoriosa na base, com títulos mundiais sub-17, sub-19 e sub-20, possibilitou uma transição de qualidade.
Para entender a trajetória da Itália até a chegada à final, é preciso voltar até 2018, com a chegada de Roberto Mancini para o comando da Azzurra, assumindo após o fracasso de Gianpiero Ventura, que não conseguiu levar a seleção italiana à Copa do Mundo da Rússia.
Desde então, Mancini executou mudanças na filosofia de jogo da equipe, passando a adotar uma postura mais ofensiva que os treinadores anteriores e passou a olhar de forma mais atenta aos talentos que brotavam na Serie A do Calcio. Dessa forma, a Itália garantiu a vaga na Eurocopa com 100% de aproveitamento nas dez partidas disputadas no grupo G das eliminatórias, com 37 gols marcados e quatro sofridos, além de chegar à fase final da Liga das Nações 2020-21, de forma invicta.
Na Eurocopa, a Itália passou tranquila pelo grupo A, vencendo Turquia (3-0), Suíça (3-0) e País de Gales (1-0). Na segunda fase, teve dificuldades para passar da Áustria, conquistando uma vitória suada na prorrogação, por 2 a 1, em Wembley. Nas quartas, um confronto duro contra a favorita Bélgica, em Munique, mas vencido pelos italianos por 2 a 1, dessa vez, em 90 minutos. Nas semis, vitória sofrida, nos pênaltis, por 4 a 2, após empate por 1 a 1 em 120 minutos.
Do lado inglês, o início da caminhada acontece em 2016, com a chegada de Gareth Southgate, de forma acidental, ao comando da seleção. O então treinador da seleção sub-21 precisou assumir às pressas, após Sam Allardyce ser demitido por envolvimento em um escândalo de corrupção.
Southgate levou a equipe inglesa ao improvável resultado de quarto lugar na Copa do Mundo da Rússia, em 2018. A derrota na semifinal para a Croácia, na prorrogação, não afastou o desejo inglês de voltar a brigar por coisas maiores no cenário internacional do futebol. No ano seguinte, a seleção inglesa garantiu vaga na fase final da Liga das Nações, mas novamente caindo nas semifinais, dessa vez para Holanda.
Para a Eurocopa, a possibilidade de conquistar um título em casa, no lendário estádio de Wembley, motivou ainda mais a seleção inglesa à intensificar a busca por um troféu internacional, que não vem desde a Copa do Mundo de 1966, também em solo inglês, mas cercada de polêmica até os dias de hoje. Para além do título mundial, a conquista da Euro significa, para a torcida, exorcizar o fantasma da edição de 1996, disputada na Inglaterra, onde a equipe da casa caiu nos pênaltis para a Alemanha, nas semifinais.
Na edição 2021, os ingleses tiveram a oportunidade de jogar quase todos os jogos em casa, em Wembley. Na primeira fase, venceram Croácia e República Tcheca pelo placar de 1 a 0 e empataram com a Escócia, sem gols, garantindo a primeira posição do grupo D. Nas oitavas, eliminou a grande rival Alemanha, vencendo por 2 a 0. Nas quartas, a única partida fora de casa, a Inglaterra goleou a Ucrânia por 4 a 0. De volta à Wembley, nas semifinais, uma vitória sofrida na prorrogação, por 2 a 1, de virada, contra a Dinamarca.
Para a grande decisão, a Itália conta com a segurança do goleiro Gianluigi Donnarumma, recém-contratado pelo PSG e peça chave na vitória diante da Espanha, defendendo a cobrança de Álvaro Morata. No meio-campo, o meia Jorginho é o grande organizador do jogo, enquanto no ataque, Insigne, Chiesa e Immobile pretendem assombrar os defensores ingleses.
A Inglaterra deposita suas fichas em Raheem Sterling e Harry Kane, responsáveis por sete dos dez gols marcados pela equipe inglesa na competição, mas o triunfo pode partir da sólida defesa, que sofreu apenas um gol, já na semifinal.
Na história do confronto entre Itália e Inglaterra, a vantagem é italiana, com vitórias em dez das 27 partidas entre as duas equipes, contra oito vitórias inglesas e nove empates.
Ficha técnica
Itália
Donnarumma; Di Lorenzo, Bonucci, Chiellini, Emerson; Jorginho, Barella, Verratti (Locatelli); Insigne, Immobile, Chiesa (Berardi). Técnico: Roberto Mancini
Inglaterra
Pickford; Walker, Stones, Maguire, Shaw; Phillips, Rice; Sterling, Mount, Saka (Sancho); Kane. Técnico: Gareth Southgate.
Estádio: Wembley (Londres/ING)
Horário: 16h
Árbitro: Bjorn Kuipers (HOL)
Assistentes: Sander van Roekel e Erwin Zeinstra (HOL)
Quarto árbitro: Carlos Del Cerro Grande (ESP)
VAR: Bastian Dankert (ALE)
Transmissão: Globo e SporTV