Filho confessa ter matado o pai com golpe de peixeira após discussão e é preso no Recife
Filho tentou se desfazer de objetos que o ligavam ao crime, mas terminou preso com drogas
Um homem de 25 anos identificado como Roberto Barreto Vieira Filho foi preso pela Polícia Civil de Pernambuco apontado como autor do homicídio do próprio pai, o comissário de polícia aposentado Roberto Barreto Vieira, de 65 anos.
Segundo a Polícia Civil, o filho confessou que matou o pai com um golpe de faca peixeira no pescoço após uma discussão motivada por drogas.
A prisão ocorreu na sexta-feira (9), no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife. Vítima e autor confesso do crime moravam na capital pernambucana. O crime ocorreu na casa do pai, no bairro da Mangueira, na Zona Norte.
O suspeito foi preso com 300 gramas de crack, uma balança de precisão, a faca peixeira usada no crime e cartões de banco do pai, que estava desaparecido desde 16 de junho.
Detalhes do caso foram apresentados em coletiva de imprensa, no Recife, nesta terça-feira (13). De acordo com a polícia, a investigação apontou o filho como autor do homicídio.
Segundo a titular da Delegacia de Desaparecidos, Marisandra Pimentel, apesar de indícios de homicídio, a polícia também trabalhava o caso como desaparecimento.
"Ele [o filho] disse que houve uma discussão porque ele havia furtado um telefone celular do pai. Ele é usuário de crack e havia furtado para conseguir dinheiro para a compra de drogas e houve uma discussão. Ele pegou uma faca e deferiu um golpe no pescoço do pai. Segundo ele, o pai teria caído de joelhos com a cabeça em cima da cama. Vendo que o pai tinha morrido, resolveu se desfazer de tudo que implicasse a participação dele na morte", explicou a delegada.
Equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Delegacia de Pessoas Desaparecidas iniciaram diligências e encontraram escondida na residência do policial a faca peixeira.
Em seguida, os policiais se dirigiram ao trecho da BR-232 após a entrada do Curado IV, em Jaboatão dos Guararapes, onde localizaram colchão da vítima e outros pertences, além de roupas do filho com manchas de sangue.
"Ele limpou toda a cena [do crime] com roupas do próprio pai e resolveu colocar tudo dentro da mala do carro da vítima e desovar tudo em Jaboatão, no Curado", acrescentou a delegada.
O veículo da vítima, utilizado para condução do corpo ao local foi localizado no bairro da Mangueira, onde morava, bem como todos os materiais apreendidos, que também foram encaminhados para perícia criminal.
Depois do assassinato, que, segundo a delegada, teria ocorrido em 16 de junho, o comissário de polícia passou a ser tratado como desaparecido. O filho, então, começou a usar o carro do pai, vender imóveis, cobrar aluguéis e participar da movimentação financeira da vítima.
"Quando percebeu que todos estavam à procura do pai, começou a se esconder em situação de rua, no pavilhão do Metrô. Ele conta que o pai teve Covid recentemente com algumas complicações e achava que ia morrer. Ele chamou e disse que ia repassar a senha do cartão porque possivelmente não ia sair vivo", completou a delegada.
Após as formalidades legais, o filho foi submetido à audiência de custódia, no último sábado (10). A Justiça converteu o auto de prisão em flagrante delito em prisão preventiva.
A polícia segue as investigações para saber se o filho agiu com algum parceiro. "A dinâmica da cena que ele mostra para a gente, em que ele teve que se desfazer do corpo e do colchão, fica bem difícil uma pessoa atuar sozinho", finalizou Marisandra.