Tempestades

Oeste da Europa se mobiliza após tempestades, que deixam mais de 150 mortos

Alemanha e Bélgica já amanheceram com a tarefa de limpar e reconstruir as áreas afetadas por temporais

Enchentes causaram grandes danos em Schuld, no Oeste da Alemanha - AFP

Alemanha e Bélgica começaram neste sábado(17) a gigantesca tarefa de limpeza e reconstrução das áreas devastadas por temporais nos últimos dias, que causaram pelo menos 165 mortes na Europa e um prejuízo de milhões de dólares, enquanto os serviços de resgate tentam encontrar o paradeiro de dezenas de desaparecidos. 

O número de vítimas continua a aumentar conforme as equipes de resgate entram nas áreas mais devastadas e encontram os corpos de pessoas presas em destroços deixados pelas intempéries, que também causaram danos materiais em Luxemburgo, Holanda e Suíça. 

De acordo com o último balanço deste sábado, as mortes foram de 165, 24 na Bélgica e 141 na Alemanha, que também registra centenas de feridos, concentrados principalmente nos estados ocidentais da Renânia-Palatinado e Renânia do Norte-Vestfália.

Aos poucos, os moradores que tiveram que sair, quase fugindo, de suas casas ameaçadas pela água estão voltando. Muitos encontram um cenário desolador: paredes arrancadas pela força da corrente, árvores que caíram, veículos arrastados, estradas e pontes afundadas ou corte de energia. 

"Há 48 horas vivemos um pesadelo. Damos voltas e voltas e não podemos fazer nada", disse Cornelia Schlösser à AFP, observando o péssimo estado da padaria da família na cidade de Schuld, afetada pelas enchentes. 

“Em questão de minutos, uma onda entrou na casa”, acrescenta.

A chanceler Angela Merkel viajará pela região no domingo, com destino à cidade de Schuld, na Renânia-Palatinado, qualificada de "mártir" após ter sido quase totalmente devastada.

Buscas por desaparecidos 

Nessas regiões do oeste da Alemanha, por onde corre o Reno, as enchentes se deveram principalmente aos pequenos rios, que saíram de seu canal devido às fortes chuvas e invadiram áreas habitadas, construídas em áreas inadequadas. 

É necessário drenar a água, avaliar os edifícios danificados, alguns dos quais terão de ser demolidos, restaurar a eletricidade, gás e telefone, além de abrigar quem perdeu tudo.

Danos nas redes de comunicação, que tornam muitas pessoas inacessíveis, também complicam a tarefa de estabelecer um balanço confiável de pessoas desaparecidas. 

"Esperamos encontrar mais vítimas", disse Carolin Weitzl, prefeita de Erfstadt, perto de Colônia, onde um deslizamento de terra destruiu várias casas.

O governador do estado da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet, garantiu que a catástrofe tem "uma magnitude histórica".

É uma consequência "sem dúvida" das alterações climáticas, afirmou Mark Rutte, primeiro-ministro da Holanda, também afetado pelas chuvas mas sem vítimas mortais. 

A tempestade deve diminuir neste final de semana nas regiões mais afetadas da Alemanha e também na Bélgica. 

Neste país, também há cerca de vinte desaparecidos, segundo um balanço ainda provisório, disse o primeiro-ministro Alexander de Croo, que decretou um dia de luto nacional na terça-feira. 

Em Angleur, ao sul de Liège, moradores puxavam a mobília encharcada das calçadas e retiravam a água ainda acumulada dentro das casas. Duas pessoas morreram nesta cidade às margens do rio Ourthe.